O Governo Raquel Lyra: entre a piada, o cachorro e a tragédia

Por Renato Fonseca

Senhoras e senhores, bem-vindos ao teatro do absurdo que se tornou a política pernambucana. Se Pernambuco estivesse em uma situação confortável, com serviços públicos funcionando, segurança em dia e uma gestão eficiente, talvez houvesse espaço para piadas. Mas não é o caso.

Raquel Lyra, que deveria estar ocupada em governar, prefere gastar energia com ironias baratas. Em resposta às críticas do jornalista Magno Martins, que há dois anos vem expondo os escândalos de sua gestão, a governadora resolveu adotar um cachorro e batizá-lo de “Magno”. Até aí, já tínhamos um nível infantil de provocação. Mas ela foi além: mandou adestrar o animal e, em vídeos anteriores, sugeriu que o “Magno” precisava ser domado. Se isso não é uma tentativa tosca de atacar um jornalista, então nada mais é.

E enquanto a governadora brinca com seu trocadilho canino, Pernambuco sangra. No último sábado, o clássico entre Sport e Santa Cruz virou um cenário de guerra. A cidade do Recife, sem policiamento adequado, viu torcedores e cidadãos reféns da violência. Pessoas morreram. O Estado, que tem a obrigação constitucional de garantir a segurança pública, falhou miseravelmente.

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Mas qual foi a resposta da governadora? Nenhuma. Nenhuma explicação, nenhum mea culpa. Nada além do silêncio e das velhas desculpas esfarrapadas.

Raquel Lyra já demonstrou que não tem projeto, não tem comando e, sobretudo, não tem maturidade política para enfrentar críticas. A resposta a um jornalista que denuncia os problemas do governo deveria ser transparência, eficiência e trabalho. Mas, em vez disso, a governadora prefere piadas infantis e ataques velados.

Só há um problema nesse plano: enquanto ela brinca, Pernambuco arde. E a realidade não se adestra.

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