ANS admite incluir exame de mamografia para mulheres a partir dos 40 anos

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mastologista Karolline Abreu afirma que as sociedades médicas repudiam a recomendação proposta pela ANS

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Após críticas e questionamentos por parte de entidades médicas, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) admitiu a possibilidade de mudanças na proposta que recomendava que os exames de mamografia fossem feitos a cada dois anos e depois dos 50 anos.Entidades médicas defendem que o exame de rastreio do câncer de mama seja realizado todos os anos a partir dos 40 anos. A polêmica envolvendo o exame começou após a ANS abrir uma consulta pública para o Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção Oncológica – OncoRede.O manual do programa tinha entre os critérios de pontuação de “boas práticas” sugeridos pela ANS o rastreamento populacional para o câncer de mama bianual e a partir dos 50 anos. O critério é o mesmo do SUS hoje e defendido pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).Na última segunda-feira, o diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Mauricio Nunes, e sua equipe técnica se reuniram com representantes de sociedades e entidades médicas para esclarecer os principais pontos da consulta pública. Mauricio Nunes esclareceu, na ocasião, que não haverá alteração na cobertura de mamografia por parte dos planos de saúde. “Trata-se de um projeto de certificação. Não é impositivo, a operadora pode aderir ou não. Estamos no momento de debates para a construção dessa proposta”. Mesmo assim, após ouvir o argumento e o apelo das entidades médicas, a ANS concedeu um prazo de 30 dias para que as instituições apresentem os estudos científicos e dados técnicos, bem como sugestões de aprimoramento da norma em complemento aos que já foram enviados durante a consulta pública. Médicos elogiaram a abertura do diálogo da ANS e o prazo dadoA mastologista Karolline Coutinho Abreu reforçou o que tem sido observado nos consultórios. “Estamos vendo cada vez mais a doença em pacientes mais jovens. O grupo de pacientes até 50 anos é responsável por mais de 20% dos óbitos. O próprio Inca divulgou um relatório de 2024 dizendo que 40% dos diagnósticos no SUS são de doença avançada”, comentou.Ela disse que o câncer de mama é uma doença incidente, em curva crescente e que mata muito no País. “Por isso, as sociedades repudiam a recomendação proposta”.

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