Petrobras eleva preço do diesel em R$ 0,22 e acirra preocupações com a inflação

A Petrobras anunciou na tarde desta sexta-feira, 31, que a partir deste sábado, dia primeiro, o preço do litro do diesel para as distribuidoras sofrerá um reajuste de R$ 0,22. Com isso, o valor médio do combustível passará a ser de R$ 3,72 nas refinarias da companhia.

Esse aumento ocorre após mais de um ano sem mudanças significativas nos preços do diesel, sendo o último reajuste em outubro de 2023, quando a Petrobras havia elevado o preço em R$ 0,25 por litro.

O aumento anunciado pela estatal reflete diretamente no custo do diesel para os consumidores finais, já que, após a compra das distribuidoras, o valor do combustível sofre acréscimos de impostos e margens de lucro dos postos de combustíveis.

De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP), o preço médio do diesel S10 nos postos já está em torno de R$ 6,17 por litro. Além disso, a alta também será reforçada pela elevação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que aumentará R$ 0,06 por litro, em vigor a partir de sábado.

A decisão da Petrobras de reajustar o preço do diesel não ocorre isoladamente, mas dentro de um contexto mais amplo, envolvendo preocupações do governo federal com os efeitos que essa alta pode ter na economia do país. Em especial, o aumento do diesel afeta diretamente os custos do transporte de mercadorias, o que pode resultar em um aumento nos preços de produtos, especialmente alimentos.

Esse impacto é ainda mais sensível no momento atual, em que o governo busca ações para combater a inflação e tentar aliviar o custo de vida da população, especialmente no que se refere aos itens alimentícios.

Desde 2023, a Petrobras alterou sua política de preços, deixando de seguir a prática de paridade de preços internacionais. Esse modelo, que anteriormente ajustava os preços internos com base nas variações do dólar e do preço do petróleo no mercado global, foi substituído por uma abordagem interna, que considera as condições do mercado brasileiro.

Apesar dessa mudança, o reajuste anunciado pela estatal ainda está vinculado a uma série de fatores, como a cotação do petróleo e os custos de produção. É importante destacar que, embora a Petrobras seja a maior fornecedora de diesel no Brasil, o país também conta com refinarias privadas e empresas importadoras que praticam preços ajustados ao mercado internacional.

A repercussão do reajuste também foi observada em declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma conversa com jornalistas, o presidente destacou que, embora o governo esteja atento ao impacto do aumento dos combustíveis, a definição dos preços é uma prerrogativa da Petrobras.

Lula reiterou que o governo não tem ingerência direta sobre as decisões de preços da estatal, mas reconheceu o impacto que os ajustes podem causar na economia. Para o governo, a alta do diesel pode agravar ainda mais os desafios relacionados à inflação, especialmente em um momento em que o país enfrenta dificuldades para controlar a subida dos preços de bens essenciais.

Em relação ao histórico recente de preços, a Petrobras já havia reduzido o preço do diesel em R$ 0,77 em dezembro de 2023. A variação nos preços do combustível desde então mostra uma tentativa da companhia de equilibrar os ajustes conforme as oscilações do mercado, embora a pressão sobre o governo continue crescente, dada a relevância do diesel para o transporte e a cadeia produtiva.

A expectativa é que o impacto do aumento do diesel também seja sentido nos próximos meses, à medida que as distribuidoras repassem os custos para os consumidores. A combinação do reajuste de preço e do aumento do ICMS tende a afetar ainda mais a economia doméstica, sendo um fator importante a ser monitorado nos próximos meses, especialmente por seu efeito nos preços de alimentos e outros produtos essenciais.

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