Carnes: Preço do boi gordo fecha janeiro com alta de 2,7%; frango e suínos registram quedas no fim do mês

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(Foto: iStock – Capuski)

O preço da carne bovina voltou a subir no mês de janeiro. Após recuar no fim de 2024, o arroba do boi fecha o mês de janeiro com alta de 2,7%, negociada a R$ 326, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Apesar da alta, o valor não atingiu o mesmo patamar do fim de novembro, quando chegou a R$ 352.

Em relação ao frango, os preços oscilaram durante o mês, subindo nas primeiras semanas e voltando a recuar nas últimas. A proteína chegou a subir quase 2% nos dois produtos: frango resfriado, que fechou o mês com alta de 0,2%; e frango congelado, que recuou 0,8%.

Já os suínos vivos fecharam o mês com queda de preço nas quatro regiões observadas pelo Cepea: Rio Grande do Sul (-3,3%); Santa Catarina (-2,9%); São Paulo (-2,3%) e Paraná (-0,9%). A carcaça suína especial negociada na Grande São Paulo registrou queda de 11% em janeiro.

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O que afeta o preço das carnes?

De acordo com o Cepea, o aumento do volume de fêmeas ofertado por pecuaristas limitou a alta de preços do boi gordo nos últimos dias. Para Fernando Iglesias, analista de proteínas da Safras & Mercado, a inversão de ciclo do boi está em curso e a demanda de janeiro foi mais fraca.

“Nessa época do ano a população tem mais despesas tradicionais, como IPVA, IPTU, material escolar, tudo isso pressiona o orçamento das famílias. Nesse momento, a prioridade é o consumo de produtos mais acessíveis, com a demanda recaindo sobre o frango, ovos e embutidos”, afirma.

Do ponto de vista do pecuarista, o Cepea explica que a procura do varejo tem surpreendido positivamente, ainda que as vendas de carne no atacado estejam em ritmo lento. Visando atender às demandas interna e externa, frigoríficos estão mais ativos na compra de animais.

Com o aumento da demanda pela carne de frango, os preços da proteína alternativa subiram no início do mês, mas voltaram a cair na segunda quinzena com a redução do poder de compra da população.

“Secou o dinheiro na economia, a reposição ficou mais lenta entre atacado e varejo, veio a ressaca e os preços acabaram caindo agressivamente”, afirma Iglesias. O Cepea partilha da mesma tese para justificar a redução de preços.

O menor poder de compra da população também teria afetado o mercado de suínos desde o início do mês, após um pico de consumo de cortes mais caros nas festas de fim de ano.

Para Iglesias, a virada de mês pode abrir espaço para uma recuperação de cortes mais baratos do boi, enquanto os mercados de frango e suínos devem se recuperar mais lentamente.

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