Investimento Direto no País atinge maior nível em 2 anos e reforça atratividade para capitais

O saldo do Investimento Direto no País (IDP) alcançou US$ 71,1 bilhões em 2024, registrando um crescimento de 13,8% em relação a 2023, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (24). O valor, que corresponde a 3,24% do Produto Interno Bruto (PIB), é o maior desde 2022, quando o indicador somou US$ 74,6 bilhões.

O resultado reflete o aumento da confiança de investidores estrangeiros na economia brasileira, mesmo diante de um cenário global de incertezas e volatilidade nos mercados financeiros. O IDP, que capta a entrada líquida de capital estrangeiro destinado a investimentos de longo prazo na economia real, contrasta com o movimento na Bolsa de Valores brasileira, que registrou a retirada de R$ 32,4 bilhões por investidores estrangeiros em 2024.

Composição do IDP e sua relevância econômica

O Banco Central destacou que o IDP foi impulsionado principalmente pela entrada líquida de US$ 60,1 bilhões em participação no capital, representando um aumento de 13,7% em relação ao ano anterior. Além disso, as operações intercompanhia, que envolvem transferências de recursos entre matrizes e subsidiárias de multinacionais, totalizaram US$ 11 bilhões, uma alta de 14,6%.

O saldo robusto do IDP foi suficiente para compensar o déficit em transações correntes, que alcançou US$ 56,97 bilhões em 2024, o maior dos últimos cinco anos. A cobertura desse déficit pelo investimento direto reforça a sustentabilidade das contas externas brasileiras, reduzindo a dependência de fluxos financeiros voláteis.

Setores e tendências: onde o capital estrangeiro está sendo investido

O crescimento do IDP em 2024 reflete o interesse de investidores em setores estratégicos, como infraestrutura, energia renovável, tecnologia e agronegócio. A recuperação de grandes projetos e o ambiente de negócios relativamente estável no Brasil têm atraído multinacionais em busca de retornos no longo prazo.

Outro fator relevante é o papel do Brasil na transição energética global. O país tem se destacado como destino de investimentos em energia solar, eólica e hidrogênio verde, áreas que atraem cada vez mais capital estrangeiro devido às metas globais de redução de emissões de carbono.

Comparativo com outros fluxos de capital

Enquanto o IDP apresentou um desempenho positivo, os investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores (mercado financeiro) registraram saída líquida significativa, indicando uma preferência por alocações de longo prazo em detrimento de investimentos mais voláteis. Essa tendência pode ser explicada pelo comportamento das taxas de juros domésticas, pela volatilidade do mercado e pelas incertezas políticas em 2024.

Perspectivas para 2025

A continuidade da atratividade do Brasil como destino de IDP dependerá de fatores como a condução da política econômica, o avanço de reformas estruturais e a estabilidade do cenário global. Em 2025, espera-se que o governo busque fortalecer os fundamentos macroeconômicos, promovendo maior segurança jurídica e previsibilidade para os investidores.

O desempenho positivo do IDP em 2024 reafirma o papel do Brasil como destino estratégico para o capital estrangeiro, mas também ressalta a necessidade de consolidar avanços para manter o fluxo robusto de recursos na economia real, que impulsionam a geração de empregos, inovação e desenvolvimento econômico sustentável.

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