Estudante cria ‘Museu das Cientistas Pretas’ de forma virtual

Com o uso de inteligência artificial generativa a estudante Paloma Lima Dias Lins, de 19 anos, criou o “Museu das Cientistas Pretas”, que é acessado online para aprendermos um pouco mais sobre estas mulheres que, muitas vezes, foram invisibilizadas pela sociedade, mas que seu legado é presente no nosso dia a dia.

Este foi o projeto final de Paloma para o curso Técnico em Informática do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj), da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). Ela era a única mulher do curso.

Com destaque para 11 cientistas pretas dos Estados Unidos, África e Brasil, a visita ao museu virtual ainda acrescenta seis curiosidades sobre a fundamental presença das mulheres na ciência mundial.

Paloma Lins. Foto: Reprodução

O trabalho, sob orientação das professoras Patrícia Felippe Amorim e Monique Gonçalves, foi premiado com o 1º lugar na categoria Divulgação Científica, na 18ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro, em 2024.

Para o museu foram utilizadas ferramentas de inteligência artificial para converter imagens em desenhos e posteriormente em vídeos. Tudo por meio de recursos gratuitos com a exposição na plataforma Artsteps.

Ao Valor, a estudante revelou que o projeto a ajudou a conhecer novas cientistas e mostrou para ela o quanto estas mulheres negras não são suficientemente valorizadas.

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Confira as cientistas escolhidas por Paloma Lins para compor o Museu das Cientistas Pretas.

  • Gladys Mae (Dinwiddie, EUA). Coletou dados de localização espacial dos satélites em órbita; esses dados foram a base para a tecnologia GPS.
  • Annie J. Easley (Alabama, EUA). Trabalhou para o Lewis Research Center (atual Glenn Research Center) da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) e no Comitê Consultivo Nacional para Aeronáutica (NACA).
  • Alice Augusta Ball (Seattle, EUA). Desenvolveu um óleo injetável eficaz para o tratamento da Hanseníase, até os anos 1940. Primeira pessoa negra a obter o título de mestre pela Universidade do Havaí.
  • Segenet Kelemu (Finote Selam, Etiópia). Descobriu como produzir plantas mais resistentes às doenças e às alterações climáticas, a fim de alimentar o gado de forma sustentável. Dirige o Centro Internacional de Fisiologia de Insetos e de Ecologia (ICIPE), em Nairobi, no Quênia.
  • Quarraisha Abdool Karim (Thongathi, África do Sul). Membro da Academia de Ciências da África do Sul e da Academia Africana de Ciências. Desenvolveu um gel microbicida e também um anel vaginal, dois métodos que reduzem os riscos de infecção do vírus HIV em cerca de 40%.
  • Ijeoma Uchegbu (Nigéria). Pesquisa na área de Nanociências Farmacêutica e Polímeros. Principal Diretora científica da Nanomerics, empresa farmacêutica de nanotecnologia especializada em soluções de administração de medicamentos pouco solúveis em água, ácidos nucleicos e peptídeos.
  • Marcelle Soares-Santos (Espírito Santo). Estuda a natureza da expansão acelerada do universo. Foi reconhecida pela Fundação Alfred P. Sloan como uma das melhores jovens cientistas na ativa e parte da “vanguarda da ciência do século XXI”.
  • Nadia Mohammed Elmassalami Ayad (Rio de Janeiro, Brasil). Cientista brasileira que desenvolveu um mecanismo de filtragem e um sistema de dessalinização da água, fazendo com que ela se tornasse potável, a partir do uso do grafeno.
  • Joana D’Arc Félix de Souza (São Paulo, Brasil). A partir do resíduo do setor de couro (coureiro-calçadista) desenvolveu uma pele artificial similar à pele humana para ser usada em queimaduras e transplantes. Produziu colágeno para o tratamento de osteoporose e osteoartrite, cimento ósseo para reconstituir fraturas e ainda produção de fertilizantes.
  • Sônia Guimarães (São Paulo, Brasil). Primeira mulher negra doutora em física no Brasil. Professora do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica). Gerente de projetos de sensores de radiação infravermelha (SINFRA).
  • Jaqueline Góes (Bahia, Brasil). Foi uma das coordenadoras da equipe de pesquisadores que realizou o primeiro sequenciamento do genoma do coronavírus circulante na América Latina, apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil.

Acesse o Museu virtual aqui.

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