Bombeiros atendem mais de 400 ocorrências ligadas às tempestades em Goiás durante período chuvoso 

Informações do Corpo de Bombeiros, referentes à Operação Tempestade (para ocorrências ligadas ao período chuvoso), mostram que a corporação registrou 413 pedidos de socorro dessa natureza no estado de Goiás, entre novembro de 2024 e janeiro de 2025. Alagamentos, enxurradas, quedas de árvores, soterramentos e deslizamentos são alguns dos fenômenos típicos do período chuvoso que demandam maior atuação das equipes de resgate. 

No levantamento, são consideradas ocorrências registradas entre seis de novembro do ano passado e 16 de janeiro deste ano. De lá para cá, foram 61 chamados para lidar com questões referentes aos alagamentos e enxurradas, 44 para tratar de danos estruturais causados pelas precipitações (em edifícios, rodovias, vias públicas…), 172 acionamentos para questões ligadas à quedas de árvores e seis para tratar consequências de deslizamentos e soterramentos. Além disso, foram 106 acionamentos para ações preventivas e 24 para ocorrências diversas ligadas às chuvas. 

Fonte: Divulgação/Corpo de Bombeiros.

O Jornal Opção solicitou dados da mesma natureza dos anos anteriores, a título de comparação, mas não obteve resposta positiva do Corpo de Bombeiros. O espaço segue aberto. 

Áreas de risco 

Segundo levantamento recente da Defesa Civil de Goiânia, a cidade conta com 126 locais de acúmulo de água durante a chuva. O número representa um aumento de 27,7%, se comparado ao levantamento do órgão em 2023. Na época, a capital tinha 99 pontos de alagamento espalhados por toda a cidade. 

Além dos pontos de alagamento, as áreas em situação de risco também apresentaram aumento na comparação com 2023. Há dois anos, eram 30 regiões catalogadas pela Defesa Civil. Atualmente, a Prefeitura de Goiânia tem 33. Ou seja, uma alta de 10%. 

“Vários fatores promovem um ponto de alagamento, como a impermeabilização do solo e a infraestrutura da cidade. A cidade tem que ter investimento em drenagem urbana, micro e macro drenagem”, afirmou o coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil, Robledo Mendonça.

Leia também: Defesa Civil identifica áreas de risco em Goiânia com possibilidade de desocupação de famílias

Com chuvas e falta de drenagem, aumentam para 126 os pontos de alagamento e áreas de risco em Goiânia

Robledo diz que, além do planejamento estrutural, a falta de conscientização da população é outro agravante dos pontos de alagamento. O descarte irregular de lixo faz com que sacolas e demais materiais sejam arrastados às bocas de lobo pela enxurrada – consequentemente evitando o escoamento da água. 

Segundo o coordenador do órgão, as áreas de risco são definidas quando há casas ou comunidades vivendo em locais sujeitos a riscos hidrológicos e geológicos, tais como: enxurradas, erosões, deslizamentos e inundações. Alguns dos pontos mais críticos se encontram no Parque Tremendão, Jardim América e Vila Bandeirantes. 

“Os locais de maior risco são próximos aos cursos hídricos, como o Córrego Capim Puba, Ribeirão Anicuns e Rio Meia Ponte. Temos um trabalho constante para evitar desastres nestes locais”, diz.  

Governo Estadual

Ao mesmo tempo, o governo de Goiás lançou a Operação Goiás Alerta e Solidário. A campanha mobiliza diversos setores da administração estadual, visando a evitar tragédias, minimizar os possíveis danos e garantir a segurança da população em risco. O governador Ronaldo Caiado (UB) enfatizou a importância dessa abordagem preventiva, destacando que a ação não só salva vidas, mas também reduz os custos associados a desastres naturais.

A operação segue o modelo do bem-sucedido ‘Nordeste Solidário’, que nos anos anteriores desempenhou um papel fundamental na mitigação dos impactos das chuvas, reduzindo o número de municípios em situação de emergência. Em 2022, o governo de Goiás investiu R$ 76 milhões no enfrentamento de desastres naturais, somando-se aos R$ 46 milhões alocados em 2021/2022. O objetivo é garantir que o estado esteja preparado para proteger suas comunidades em tempos difíceis.

Até o momento, a adesão dos prefeitos se mostrou abaixo do esperado. O Jornal Opção solicitou posicionamento ao governo estadual sobre a baixa procura, mas não obteve resposta até o momento de publicação desta pauta. O espaço segue aberto. 

Plano Diretor de Drenagem Urbana

Está em andamento a elaboração de um Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia, uma parceria entre a Prefeitura e os pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG). Em entrevista ao Jornal Opção, o coordenador do projeto, professor Klebber Formiga, explica que a implantação do plano garante atenção especial e contínua para essas áreas de maior risco. As medidas propostas visam reduzir o nível de perigo dessas regiões, objetivando retorná-las à normalidade do cotidiano. 

Obras de contenção, medidas educativas sobre descarte de resíduos, incentivos à permeabilização dos terrenos, rotinas de desobstrução das galerias pluviais e a criação de alertas específicos para áreas de risco são algumas das medidas apontadas no documento. Formiga é categórico ao afirmar: “Desocupação é uma solução, mas você pode ter outras”. 

Para o responsável pela elaboração do plano, é possível que medidas de engenharia, por exemplo, consigam reverter o nível de perigo de determinadas regiões. A construção de diques, por exemplo, pode redirecionar o fluxo de água para regiões desabitadas, garantindo a permanência de famílias que moram em zonas de alerta. 

A entrega do plano está prevista para o fim do primeiro semestre deste ano, e sua implementação (considerando as obras apontadas) depende da disponibilidade orçamentária da Prefeitura. A expectativa é de que a maior parte das intervenções já tenham tido início um ano após a entrega do documento oficial completo. 

O post Bombeiros atendem mais de 400 ocorrências ligadas às tempestades em Goiás durante período chuvoso  apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.