Corinthians foi campeão mundial em 2000? Veja como ‘Estadão’ reportou o título que completa 25 anos

Duas semanas após a apreensão do mundo sobre o “bug do milênio”, que supostamente faria todos os computadores colapsarem diante da mudança de data, o nervosismo se restringiu a torcedores de Corinthians e Vasco. Os clubes decidiam quem seria o primeiro campeão do Mundial organizado pela Fifa. O título corintiano comemora, neste 14 de janeiro, 25 anos, ainda como orgulho da fiel torcida e polêmica para os rivais.O Corinthians foi indicado como representante do Brasil, país-sede do torneio, por ser o campeão nacional de 1998. Apesar de finalista em 1999, junto do Atlético-MG, a CBF não esperou a final para decidir quem iria ao Mundial. A prática foi comum neste formato de Mundial entre 2008 e 2023, quando o Al-Ittihad jogou como campeão saudita.Os demais participantes de 2000 eram os campeões continentais Vasco (América do Sul), Manchester United (Europa), South Melbourne (Oceania), Necaxa (América do Norte), Raja Casablanca (África) e Al-Nassr (Ásia), além do Real Madrid (campeão do Intercontinental de 1998).Veja também1Mundial de 2001 tinha Palmeiras, Real Madrid, sedes e data, mas ‘subiu no telhado’2Bebeto diz que times brasileiros ‘vão lutar pelo título’ no Mundial de Clubes da FifaAs polêmicas já começam nesse ponto. Conmebol e CBF optaram pelo Vasco e não por aguardar a final da Libertadores de 1999, entre Palmeiras e Deportivo Cali. Um cenário comercial vantajoso, com dois brasileiros, sendo um paulista e um carioca, é apontado como a motivação para isso. A influência de Eurico Miranda também já foi especulada no caso.

Título corintiano, em 2000, foi o primeiro do Mundial com organização da Fifa. Foto: Otávio Magalhães/Estadão

Ao Palmeiras, que venceu o time colombiano, restou aceitar a promessa de que disputaria o Mundial de 2001. A ideia era boa, com a Espanha como sede e a expectativa de levar três mil palmeirenses para assistir à competição, mas o torneio foi cancelado pela Fifa.Ainda quanto aos participantes, também houve polêmica na Ásia. A Confederação Asiática de Futebol (AFC) indicou o Al-Nassr, campeão da Supercopa Asiática de 1998, e não o Jubilo Iwata, então campeão da Champions Asiáticas. Coincidentemente, o time japonês venceu a Supercopa no ano seguinte, mas, assim como o Palmeiras, amargou o cancelamento do Mundial.O Corinthians tem quantos Mundiais?O clube tem dois títulos mundiais. O Estadão tratou o campeonato da mesma forma que os torneios intercontinentais, realizados entre os campeões continentais de América do Sul e Europa. Essas competições eram uma parceira da Uefa com a Conmebol e um forte apoio comercial da Toyota.Em 2017, a Fifa reconheceu todos os vencedores anteriores a 2000 como campeões mundiais. Entretanto, em 2000, ocorreram edições nos dois formatos. No da Fifa, o Corinthians foi campeão. No Intercontinental, o Boca Juniors, campeão da Libertadores de 2000, venceu o Real Madrid por 2 a 1. A entidade máxima do futebol leva em conta as duas conquistas.

‘Estadão’ destacou meias corintianos como perigos previstos pelo Real Madrid. Foto: Acervo/Estadão

Dentro de campo, o Corinthians encarou Raja Casablanca, Real Madrid e Al-Nassr na fase de grupos. Foram duas vitórias, diante de marroquinos e sauditas e um empate co os espanhóis.Antes do confronto contra o Real Madrid, o destaque do Estadão era o plano de Vicente del Bosque para conter os corintianos Rincón e Vampeta. Quem se consagrou foi Edilson, com dois gols e uma caneta em Karembeu, o qual havia dito que o camisa 10 do Corinthians era desconhecido fora do Brasil.A campanha na primeira fase foi idêntica à do Real Madrid, que também venceu os outros dois adversários. O saldo de gols foi determinante, já que o do Corinthians era 4, contra 3 dos espanhóis. No outro grupo, o Vasco passeou com três vitórias e direito a um baile de Romário e Edmundo para cima do Manchester United.Na final 100% brasileira, 0 a 0 até o fim da prorrogação. A decisão foi para a disputa de pênaltis, em que Dida foi herói tanto quanto Edmundo foi vilão. Após o título, o Estadão destacou as homenagens ao técnico Oswaldo de Oliveira: “Treinador retribui o carinho da torcida pela conquista do Mundial com choro e emoção”.

Aclamação a Oswaldo de Oliveira foi destaque na editoria esportiva do ‘Estadão’. Foto: Acervo/Estadão

A Libertadores corintiana veio, enfim, 12 anos depois. Em 2012, o Mundial de Clubes da Fifa já era consolidado desde a retomada, em 2005. Em formato diferente de 2000, o Corinthians venceu o Al-Ahly, do Egito, na semifinal, e o Chelsea, da Inglaterra, na final.O Estadão destacou que a conquista contra o Chelsea como o encerramento de um ciclo de títulos, iniciado com o Brasileirão de 2011 e a Libertadores de 2012. A ‘invasão’ da Fiel em Yokohama, com 25 mil corintianos, foi destaque no bicampeonato mundial do clube.

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