Com alta da Selic e queda na poupança, Caixa eleva juros para compra de imóveis

A Caixa Econômica Federal anunciou um aumento nos juros do financiamento imobiliário com recursos da poupança. Desde o dia 2 de janeiro, as taxas subiram entre 1 e 2 pontos percentuais, variando conforme a modalidade de crédito.

Para operações no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que financia imóveis de até R$ 1,5 milhão, as taxas passaram a considerar a Taxa Referencial (TR) acrescida de 10,99% a 11,49% ao ano. No caso do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), destinado a imóveis acima de R$ 1,5 milhão, os juros subiram para TR + 11,87% a 12% ao ano.

Até dezembro, os juros variavam de TR + 8,99% a TR + 9,99%, dependendo do enquadramento no SFH ou SFI.

Na linha de crédito Poupança Caixa, os juros eram a remuneração da poupança acrescida de 3,10% a 3,99% ao ano, mas agora variam entre 4,12% e 5,06% ao ano.

Essa mudança ocorre em um cenário de alta da taxa Selic, que chegou a 12,25% e pode atingir 14,25% até março. Além disso, há queda nos depósitos da poupança, uma das fontes mais acessíveis para financiamento habitacional.

Regras mais rígidas

No final do ano passado, a Caixa ajustou as condições de crédito no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), aumentando a entrada mínima de 20% para 30% do valor do imóvel. Também foram lançadas modalidades com juros atrelados ao CDI, impactados diretamente pela Selic.

Apesar do aumento, o programa Minha Casa Minha Vida, que beneficia famílias com renda de até R$ 8 mil e imóveis de até R$ 350 mil, não foi afetado.

Movimento do mercado

O aumento das taxas não é exclusivo da Caixa. Em 2024, bancos privados como Itaú e Santander iniciaram ajustes em seus financiamentos imobiliários, também devido à alta da Selic.

Com a Selic subindo de 10,50% para 12,25% e previsão de novos aumentos, a pressão sobre o crédito habitacional deve continuar.

Em nota, a Caixa declarou que a definição das taxas é baseada em “análise de fatores mercadológicos e conjunturais”, respeitando as condições prudenciais do mercado.

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