8 de janeiro: “Abraço da Democracia” repudia atos golpistas em Brasília

Pesquisa recente da Quaest revela que 86% dos brasileiros rechaçaram a tentativa de golpe de Estado que resultou na invasão e depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro de 2023. Ou seja, nesta quarta-feira (8), dois anos após os atos fascistas, comemora-se com amplo respaldo popular a vitória da democracia.

Até mesmo entre os brasileiros que votaram na extrema direita o golpismo é repudiado por 85%.

Portanto, o Abraço da Democracia, como está sendo chamado o ato desta quarta-feira, em Brasília, além de uma manifestação de repúdio, serve também como evento simbólico para que essa data jamais seja esquecida.

O assunto foi tratado, por exemplo, na conversa entre Lula e a atriz Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro pela sua tua atuação no filme “Ainda Estou Aqui”, pois o ato acontece dois dias após a premiação.

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Assistido por mais de 3 milhões de espectadores, o longa trata sobre a trajetória de Eunice Paiva, que teve o marido, o ex-deputado federal Rubens Paiva, levado de casa em 1971 e morto pela ditadura militar brasileira.

“Não podia ter um momento melhor para o Brasil receber, com muito orgulho, essa premiação. Eu quero ver se a gente consegue transformar 2025 em um ano da defesa da democracia, para a gente possa fazer a nossa juventude aprender o que é democracia, para ela saber o valor da democracia”, disse Lula a Fernanda.

A atriz agradeceu e ressaltou a importância simbólica do prêmio e do resgate da cultura e da memória dos tempos do período da ditadura militar, em especial para as novas gerações.

“Ah, Lula, tão bonito vir esse prêmio agora. Uma coisa tão linda para a cultura, para a arte, que foi tão atacada. Esse filme ensinou muito jovem a entender o que é viver num estado sem direitos civis”, responde a atriz.

Laboratório montado no Palácio da Alvorada atua na restauração de obras destruídas no 8 de janeiro. (Foto: Wallisson Breno/Agência Brasil)

Programação

É nesse clima que se realiza os sucessivos eventos para reforçar a importância dessa data.

De acordo com o Planalto, haverá entrega de obras de arte destruídas pelos extremistas e restauradas no Palácio da Alvorada e na Suíça, além de descerramento do quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, e ato simbólico na Praça dos Três Poderes.

O primeiro momento será na Sala de Audiências, do Palácio do Planalto, às 9h30. No local, será feita a reintegração de obras de arte – relógio do século XVII e ânfora – tidos como símbolos da dificuldade e delicadeza dos reparos. O relógio foi consertado na Suíça sem custo para o governo brasileiro.

Também será comunicado o fim do processo de restauro, com a entrega de 21 obras restauradas no Palácio da Alvorada e o relógio, na Suíça.

No segundo momento, ocorrerá no Palácio do Planalto, às 10h30, o descerramento da obra As Mulatas, de Di Cavalcanti. O quadro teve sete perfurações durante a invasão do prédio.

E cinco alunos do projeto de Educação Patrimonial entregarão a Lula réplicas que produziram da ânfora e de As Mulatas.

O terceiro Momento será uma cerimônia com a presença de autoridades, no Salão Nobre do Palácio do Planalto, às 11h. E o quarto momento será o ato Abraço da Democracia, na Praça dos Três Poderes.

“Trata-se de um ato simbólico com a participação do presidente Lula após o evento do Salão Nobre. O presidente descerá a rampa do Palácio do Planalto com as principais autoridades e encontrará o público para esse abraço”, diz nota do Palácio.

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