Por que novas memórias não substituem as antigas? Cientistas encontram novas pistas sobre o sono

Pesquisadores revelaram um mistério fascinante sobre o funcionamento do cérebro: como ele evita o “esquecimento catastrófico” — quando novas memórias substituem ou distorcem as antigas. O estudo, publicado na prestigiada revista Nature, sugere que o cérebro processa memórias em diferentes fases do sono, o que pode garantir a preservação de conhecimentos antigos enquanto novos são incorporados.

Sono e Memória: Uma Dança Sincronizada

Durante o sono, o cérebro “revisita” experiências recentes, consolidando-as em memórias de longo prazo. A equipe de cientistas descobriu que camundongos processam essas informações em duas fases distintas, associadas ao tamanho das pupilas:

  1. Pupilas Pequenas: Essa fase é crucial para consolidar memórias recém-adquiridas. Quando os cientistas interferiram na atividade neural durante esse estágio, os camundongos esqueciam totalmente o que haviam aprendido.
  2. Pupilas Grandes: Nesse momento, o cérebro trabalha para reforçar memórias mais antigas, garantindo que informações importantes adquiridas anteriormente não sejam apagadas.

Segundo Azahara Oliva, coautora do estudo, essa separação em duas fases é uma estratégia eficiente para evitar a interferência entre memórias novas e antigas, essencial para o aprendizado contínuo.

Tecnologia e Ciência: Impactos Além do Laboratório

As implicações desse estudo vão além da neurociência. O “esquecimento catastrófico” também é um desafio para redes neurais artificiais, usadas em inteligência artificial. Compreender como o cérebro resolve esse problema pode inspirar algoritmos mais avançados e eficientes para IA.

György Buzsáki, neurocientista da Universidade de Nova York, destaca: “A memória é um sistema evolutivamente antigo. Aposto que essa descoberta se aplica também aos seres humanos.”

Novas Fronteiras da Neurociência

Essa pesquisa abre caminho para novas investigações sobre o papel do sono na saúde mental e no aprendizado. Além disso, levanta questões intrigantes: como podemos otimizar o sono para melhorar nossa capacidade de memória? E como essas descobertas podem ser aplicadas no tratamento de distúrbios cognitivos, como Alzheimer?

Maksim Bazhenov, da Universidade da Califórnia, ressalta: “Esse é um passo crucial para entendermos como o cérebro mantém o equilíbrio entre aprender e lembrar.”

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