Elon Musk faz campanha por libertação de ativista de extrema direita no Reino Unido

Elon Musk, bilionário e conselheiro especial de Donald Trump, segue intensificando sua influência no cenário político da extrema-direita global. Após apoiar o ex-presidente dos Estados Unidos em sua campanha para a reeleição e declarar apoio ao partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Musk agora causa controvérsia no Reino Unido ao iniciar uma campanha em defesa de Tommy Robinson, ativista de extrema direita atualmente preso.

Robinson, cujo nome verdadeiro é Stephen Yaxley-Lennon, está cumprindo uma pena de 18 meses por desacato ao tribunal. Ele violou uma liminar ao repetir alegações difamatórias contra Jamal Hijazi, um estudante refugiado sírio, em um documentário amplamente divulgado na plataforma X (antigo Twitter). O caso teve início em 2018, quando Robinson postou vídeos acusando Hijazi de comportamento violento e ameaças, alegações desmentidas pela Justiça.

A campanha de Musk

Musk usou sua conta no X para pedir a libertação de Robinson, afirmando que ele está preso “por dizer a verdade”. Em outro post, o empresário questionou o motivo de Robinson estar “em uma prisão solitária”. O documentário que originou a condenação, intitulado Silenced, foi retuitado por Musk e já acumula mais de 146 milhões de visualizações.

A iniciativa de Musk ocorre em um momento delicado no Reino Unido, onde recentes discussões sobre gangues de aliciamento de menores reacenderam debates sobre políticas de imigração e justiça criminal. Musk criticou publicamente o governo trabalhista liderado por Keir Starmer, acusando-o de inação em relação ao abuso sexual de crianças e direcionando ataques à ministra do Interior, Jess Phillips.

Histórico de Robinson e repercussão

Robinson é uma figura central da extrema direita britânica, tendo fundado o grupo islamofóbico English Defence League em 2009. Sua trajetória inclui diversas prisões por agressão, fraude e desacato ao tribunal. Em 2019, ele foi condenado por expor detalhes de um julgamento envolvendo uma gangue de exploração sexual, prejudicando o processo legal.

As postagens de Musk geraram reações diversas. Enquanto líderes conservadores e veículos de direita amplificaram suas mensagens, membros do Partido Trabalhista condenaram sua postura. “O apoio de Musk a figuras como Tommy Robinson e partidos de extrema direita na Europa é um ataque à democracia e à convivência pacífica”, declarou a parlamentar trabalhista Stella Creasy.

Expansão do discurso de ultradireita na Europa

Além de suas ações no Reino Unido, Musk também tem defendido figuras e partidos de direita em outros países europeus. Recentemente, ele escreveu um artigo de opinião em apoio ao AfD na Alemanha e elogiou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. No Reino Unido, Musk expressou apoio ao partido Reform UK, fundado por Nigel Farage, conhecido por sua retórica anti-imigração e eurocética.

A conexão entre Musk e Farage se estreitou no final de 2024, quando ambos se encontraram no resort de Donald Trump em Mar-a-Lago, Flórida. Farage, que já foi líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), renunciou em 2018 após seu sucessor nomear Robinson como conselheiro oficial.

Impactos na política internacional

As ações de Musk são vistas como parte de uma estratégia para promover ideias de direita e extrema direita globalmente, com implicações significativas para as democracias ocidentais. “Ele se tornou um problema não apenas para a democracia, mas também para a reputação daqueles que o apoiam”, destacou a parlamentar Stella Creasy.

À medida que Musk se posiciona como uma figura influente na política global, seus atos levantam questões sobre o papel das redes sociais e das grandes fortunas no equilíbrio político e social.

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