Brasil registra o ano mais quente da história em 2024

O Brasil registrou 2024 como o ano mais quente já documentado, segundo o boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O recorde anterior, de 2023, foi superado, consolidando uma tendência de aquecimento preocupante no país.

A temperatura média em 2024 foi de 25,02°C, marcando um aumento de 0,79°C em relação à média histórica de 1991 a 2020, que é de 24,23°C. Em 2023, o aumento havia sido de 0,69°C acima do mesmo patamar. Entre 2016 e 2024, estão concentradas as cinco maiores médias anuais registradas.

Influência do El Niño e mudanças climáticas

O Inmet destacou que todos os anos recordistas foram marcados pela influência do fenômeno El Niño, com intensidades que variaram de forte a muito forte. Em 2023 e nos primeiros meses de 2024, o fenômeno contribuiu significativamente para as altas temperaturas observadas.

“Após análise dos desvios de temperaturas médias anuais do Brasil desde 1961 a 2024, verificamos uma tendência de aumento estatisticamente significativo, possivelmente associada à mudança no clima devido à elevação da temperatura global e mudanças ambientais locais”, apontou o boletim.

Desastres climáticos em alta no Brasil

Além do calor recorde, o país tem enfrentado um aumento expressivo nos desastres climáticos. De acordo com um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), elaborado pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, o Brasil registrou uma média anual de 4.077 desastres relacionados ao clima entre 2020 e 2023. Esse número é quase o dobro da média anual registrada entre 2000 e 2019, que foi de 2.073.

Tendência global: o planeta aquece

O fenômeno não é exclusivo do Brasil. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), até setembro de 2024, a temperatura média global da superfície ficou 1,54°C acima da média histórica de 1850/1900.

“Por 16 meses consecutivos (junho de 2023 a setembro de 2024), a temperatura média global provavelmente excedeu qualquer registro anterior”, destacou a OMM, indicando que 2024 pode superar 2023 como o ano mais quente já registrado globalmente.