Compesa divulga calendários emergenciais de abastecimento

O alerta emitido pela Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento e pela Apac sobre a ausência de chuvas nos próximos três meses motivou a Compesa a adotar uma estratégia de contingenciamento para evitar o colapso dos mananciais e manter o abastecimento de água pela rede de distribuição. Isso porque as altas temperaturas, que implicam aumento da evaporação das águas armazenadas nos mananciais, também precipitam o consumo elevado da população devido ao calor intenso.

Inicialmente, 15 cidades do Agreste, Zonas da Mata e Região Metropolitana do Recife passam a contar com novos calendários emergenciais de abastecimento a partir desta sexta-feira (03). A previsão é que outros municípios tenham os rodízios ampliados a partir de fevereiro, a exemplo das cidades do Agreste atendidas pelo Sistema Jucazinho. A consulta aos novos calendários poderá ser feita nos canais oficiais da empresa: site (www.compesa.com.br), aplicativo e central de atendimento 0800 081 0195.

Na Região Metropolitana do Recife, serão alterados, neste primeiro momento, os calendários dos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e São Lourenço da Mata. No Agreste, as cidades que seguirão novo calendário serão Águas Belas, Belo Jardim (distrito de Xucurú), Chã Grande, Gravatá, Jurema, Limoeiro e Saloá. Já na região das Matas, a distribuição será alterada nos municípios de Camutanga, Chã de Alegria, Ferreiros, Ribeirão e Timbaúba (conferir tabela abaixo).

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Apesar das alterações nos regimes de abastecimento, os calendários poderão ser reduzidos a qualquer momento, a depender da ocorrência de chuvas e do comportamento de consumo da população. A lista de municípios poderá ser atualizada de acordo com os boletins climáticos a serem emitidos pela Apac, a partir de eventuais mudanças na previsão do cenário de chuvas, o que poderá acarretar a inclusão ou a retirada de cidades da lista de contingência. A Compesa seguirá monitorando diariamente, em regime excepcional de acompanhamento, todos os mananciais classificados como vulneráveis no contexto da escassez hídrica. Isso pode resultar em alterações circunstanciais dos calendários de abastecimento.

Os cenários mais preocupantes na RMR são os municípios do Cabo de Santo Agostinho e as localidades de Porto de Galinhas e Muro Alto, em Ipojuca. As barragens Bita (12,82%) e Utinga (12,77%), que compõem o Sistema de Abastecimento Suape, atingiram níveis críticos, afetando diretamente o abastecimento. Para manter o atendimento das áreas que antes recebiam água do Sistema Suape, a Compesa precisou direcionar água do Sistema Pirapama para essas localidades. Essa medida já implica em um déficit hídrico de 120 litros de água por segundo em Pirapama.

No Agreste, a situação é ainda mais sensível diante da seca severa (já considerada histórica) que abate a região. Os níveis das barragens da região vêm baixando de maneira significativa, fora dos padrões de anos anteriores. Uma das situações críticas é a do município de Gravatá. A cidade é abastecida atualmente por quatro mananciais: Amaraji, que é uma barragem de acumulação e está com 100% da capacidade; e outras três barragens de nível (Vertentes, Brejinho e Clipper), que estão em colapso.

Ações em curso

Para combater as implicações do baixo nível dos mananciais, a Compesa mantém em curso diversas ações emergenciais. O suporte de carros-pipa servirá para complementação do abastecimento nas cidades com maior dificuldade hídrica. Para isso, uma nova fase de credenciamento de pipeiros para atendimento em vários municípios foi iniciada na quinta-feira (02). Para agilizar a contratação, a Compesa está disponibilizando um telefone exclusivo para o atendimento dos pipeiros interessados, prestando informações e orientações para o cadastramento emergencial dos veículos. O atendimento será pelo telefone (81) 3412-9722, de segunda a sexta-feira, no horário das 08h às 12h e das 13h às 17h.

Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca – As ações em curso para assegurar o atendimento nesses municípios, devido à situação das barragens Bita e Utinga, de acumulação, respectivamente, recebem aporte de R$ 48 milhões. São elas: reativação da captação do rio Ipojuca; reativação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Porto de Galinhas; e ampliação do Sistema de Suape a partir da implantação da 2ª captação no rio Ipojuca. Além disso, implantação do calendário de abastecimento; fornecimento de carros-pipa e combate aos furtos.

Águas Belas – O município de Águas Belas é atendido por uma pequena barragem de nível, a Barragem de Lamarão, que entrou em colapso. Para mitigar a situação na cidade, a Compesa ampliou a capacidade de produção do Sistema Integrado Itaíba/Tupanatinga com a substituição de três bombas dos cinco poços existentes, ampliando a vazão. Parte desta ampliação será enviada para a cidade através de um trecho já testado da Adutora do Agreste. Esta vazão, de cerca de 15 litros por segundo, vai evitar o colapso na cidade e permitir o atendimento de 30% do município através da rede de distribuição. O restante da cidade será atendido por carro-pipa e os clientes terão seu faturamento cancelado.

Além da ação para atendimento complementar da população via carros-pipa, obras estruturantes estão em via de entrega para dar garantia e segurança hídrica do abastecimento, como as adutoras do Agreste, Serro Azul e Alto Capibaribe, além de diversas outras obras em execução em várias regiões do estado.

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