Ações da Eneva (ENEV3) disparam e tentam recuperar tombo da véspera com possível exclusão da empresa em leilão; BTG diz que reação ‘foi exagerada’

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As ações da Eneva recuperar as perdas da véspera, quando caiu mais de 9% pressionadas pela portaria do MME sobre leilão em junho de 2025, que exclui a participação da companhia (Imagem: Divulgação/Eneva)

As ações da Eneva (ENEV3) disparam mais de 5% e lideram os ganhos do Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (3), na tentativa de recuperar as perdas da véspera. 

Por volta de 11h (horário de Brasília), ENEV3 registrava alta de 5,86%, a R$ 10,11. Na máxima do dia, os papéis avançaram 6,18% (R$ 10,14). Acompanhe o Tempo Real. 

Ontem (3), os papéis da companhia encerraram o pregão com queda de mais de 9% após a publicação de uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) com novas regras de leilão de capacidade para térmicas e hidrelétricas — que deve retirar a companhia do certame.

Em resumo, a portaria permite a contratação de térmicas existentes para os anos de 2025, 2026 e 2027. Para os três anos seguintes, a regra determina que apenas térmicas novas podem participar do leilão. 

A Eneva, por sua vez, encerra os contratos dos ativos Parnaíba 1, Paraíba 2 e Parnaíba 3 em 2027. A nova regra prevê o início do suprimento em junho deste ano, o que deve impedir a companhia de participar do novo leilão.

A empresa também deve seguir fora dos leilões até 2030, com a regra determinando apenas a participação de usinas novas. 

Por outro lado, as medidas devem beneficiar a Petrobras (PETR4;PETR3) e a Âmbar Energia

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Reação negativa foi exagerada, diz BTG 

Na avaliação do BTG Pactual, a reação da ação na última quinta-feira (2) foi “desproporcional” e que os papéis ainda apresentam uma “oportunidade bastante assimétrica”. 

“A Eneva teve um início de ano muito difícil como reação aos detalhes publicados do Leilão de Reserva de Capacidade de junho de 2025, mas as ações já estava sendo negociadas em níveis baratos”, escreveram os analistas Gisele Gushiken, Maria Resende, Luis Mollo e Antonio Junqueira, que assinam o relatório. 

Nas contas dos analistas do banco, ENEV3 agora é negociada como uma taxa interna de retorno (TIR) real de 15%, “assumindo que as Parnaíba I, II e III nunca sejam recontratadas”. 

Eles ainda avaliam que as regras do leilão parecem favorecer capacidade novas em detrimento da capacidade existente. 

“O Brasil precisa de mais energia nos níveis de pico de demanda e não faz muito sentido favorecer a nova capacidade mais cara em detrimento da existente”, escreveram os analistas. 

A nova capacidade, segundo os analistas, também apresenta o risco de não ser construída a tempo e a forma como o leilão foi projetado pode levar o sistema elétrico a contratar capacidade “mais cara e mais arriscada”. 

“Com tanta capacidade sendo descontratada no final de 2027, é sensato (para o sistema como um todo) contratar essa capacidade também. Se o governo ajustar o texto, isso poderá ajudar as ações da Eneva”, dizem os analistas. 

O banco tem recomendação de compra para Eneva, com preço-alvo de R$ 18 — o que representa um potencial de valorização de 88,5% sobre o preço de fechamento da última quinta-feira (2). 

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