Retrospectiva 2024: Goiás foca na regionalização, amplia serviços especializados e tem avanço na Saúde

Mesmo com a crise na saúde de Goiânia, Goiás teve um ano positivo no quesito. Em 2024, o foco da gestão da Saúde Estadual, chefiada pelo secretário Rasível Santos, foi a regionalização. Com isso, o Estado consegue garantir o atendimento adequado em todos os níveis de atenção à saúde aos cidadãos.

Entre as conquistas está a Inauguração do Hospital Estadual de Águas Lindas (HEAL), com 164 leitos, incluindo 40 UTIs, com um investimento de R$ 157 milhões. O hospital atende toda a região do Entorno do DF e oferece serviços de obstetrícia, cirurgia, clínica médica, pediatria, UTI adulto, pediátrica e neonatal, além de atendimento ambulatorial multiprofissional.

Além disso, o Estado começou a implantação do Complexo Oncológico de Referência (CORA), com mais de 60% das obras concluídas e um investimento de R$ 98,8 milhões. O CORA possui estrutura completa, incluindo centro cirúrgico, UTIs e enfermarias, além de tecnologia avançada como ressonância magnética e pressão negativa no TMO pediátrico.

A reforma e ampliação do Hetrin, que incluiu um novo pronto-socorro, triplicando a capacidade de atendimento para 149 leitos; a revitalização do Ambulatório de Medicina Avançada (AMA); a criação de 49 novos leitos no HGG e as obras de ampliação do Hospital Estadual de Formosa (HEF), que triplicará sua capacidade de atendimento para 298 leitos também são pontos essenciais para a saúde estadual.

Ao Jornal Opção, o secretário de Saúde de Goiás, Rasível Santos, explicou que a pasta tem seguido as diretrizes do governo Ronaldo Caiado (UB). “Temos trabalhado com as diretrizes que nosso governador nos deu. Avançamos muito com políticas públicas que levam em consideração a regionalização e a política da rede de urgência e emergência. Estamos começando com a primeira rede e de urgência e emergência na macrorregião Centro-Norte. São 60 municípios, com 1,1 milhão de habitantes. Vamos trabalhar com a tipologia hospitalar e de maternidades na região”, explica.

Secretário de saúde de Goiás – Rasivel dos Reis. Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Em 2024, uma das preocupações foi a dengue, onde Goiás registrou mais de 300 mil casos e mais de 300 mortes. De acordo com o secretário, gabinetes de crise foram criados para lidar com a situação. “Começamos com o trabalho de criar um gabinete de crise em cada município do Estado. Tivemos a pior crise de dengue da série histórica do país, e em Goiás não foi diferente. Mas com os gabinetes de crise conseguimos ter uma situação mais controlada e evitamos mais mortes”, disse.

Para Rasível, os trabalhos para 2025 começaram já em 2024 com o desenho de políticas. “Aquecemos os motores e deixamos políticas já desenhadas para serem implantadas em 2025. Esperamos que o próximo ano seja de bastante entrega do que foi plantado em 2024. Essas entregas serão importantes para a população”, completou.

Veja os principais avanços da saúde em Goiás

Em 2024, a saúde de Goiás alcançou diversas conquistas notáveis, com foco em regionalização, infraestrutura, programas e iniciativas, e gestão eficiente. As principais realizações incluem:

  • Regionalização e Infraestrutura:
    • Inauguração do Hospital Estadual de Águas Lindas (HEAL), com 164 leitos, incluindo 40 UTIs, representando um investimento de R$ 157 milhões. O hospital atende toda a região do Entorno do DF e oferece serviços de obstetrícia, cirurgia, clínica médica, pediatria, UTI adulto, pediátrica e neonatal, além de atendimento ambulatorial multiprofissional.
    • Implantação do Complexo Oncológico de Referência (CORA), com mais de 60% das obras concluídas e um investimento de R$ 98,8 milhões. O CORA possui estrutura completa, incluindo centro cirúrgico, UTIs e enfermarias, além de tecnologia avançada como ressonância magnética e pressão negativa no TMO pediátrico.
    • Reforma e ampliação do Hetrin, que incluiu um novo pronto-socorro, triplicando a capacidade de atendimento para 149 leitos, com investimentos de mais de R$ 100 milhões.
    • Revitalização do Ambulatório de Medicina Avançada (AMA) e a criação de 49 novos leitos no HGG, com um investimento de R$ 7 milhões.
    • Avanço nas obras de ampliação do Hospital Estadual de Formosa (HEF), que triplicará sua capacidade de atendimento para 298 leitos.
  • Programas e Iniciativas:
    • Implementação do programa “Olhar para Todos”, que promove saúde visual para estudantes e crianças de instituições especiais, com investimentos acima de R$ 61 milhões.
    • Avanços na implementação do Consórcio Intermunicipal do SAMU, com o objetivo de organizar a distribuição das unidades móveis, definir hospitais de referência e implantar regulação.
    • Implantação dos comitês gestores macrorregionais da Rede de Urgência e Emergência (RUE) e adoção da Atenção Primária de Saúde como base do atendimento inicial.
    • Desenvolvimento da “Rede Nascer em Goiás”, com consultoria do Instituto Fernandes Figueira – Fiocruz, que visa melhorar a atenção materno-infantil.
    • Criação do projeto “Goiás Todo Rosa”, em parceria com a UFG, para detecção precoce do câncer de mama e ovário.
    • Realização de 17 edições do “Goiás Social”, que ofereceu diversos serviços de saúde em 11 cidades, com mais de 17,6 mil atendimentos.
    • Criação de Gabinetes de Crise para o combate às endemias, como dengue, zika e chikungunya.
    • Ações para solucionar a crise das UTIs em Goiânia, com a instalação de 13 Gabinetes de Crise.
    • Parceria com o Cerof-UFG para identificar a prevalência de diabetes no estado e inauguração do Centro Estadual de Atenção ao Diabetes (Cead) e Centro de Serviços Especializados (Cesesp) do HGG.
  • Gestão Eficiente:
    • Mudança estratégica em 10 unidades de saúde, e 11 chamamentos em andamento.
    • Investimentos significativos em obras (R$ 301 milhões), equipamentos médicos (R$ 163,8 milhões) e tecnologia e inovação (R$ 28,6 milhões).
    • Aumento nas consultas ambulatoriais (59,78%), cirurgias (108,21%), internações (106%) e atendimentos SADT externo (88%).
    • Realização de transplantes, incluindo o 1º transplante de medula óssea e 799 transplantes de órgãos e tecidos.
    • Implementação de um novo sistema de regulação de pacientes, que permite monitoramento em tempo real de internações e leitos, além de agendamento automático de consultas.
    • Aumento do investimento em saúde acima do mínimo constitucional de 12% anual, atingindo 14,44% em 2024.

Crise em Goiânia

Dez dias após a Justiça determinar a intervenção estadual na Saúde de Goiânia, o prefeito eleito Sandro Mabel (UB), junto ao Secretário Estadual de Saúde, Rasível Santos, apresentou o balanço da medida na capital. Em coletiva de imprensa, Mabel afirmou que as providências foram tomadas “na hora certa”.

“Negociamos leitos de UTI rapidamente e a autorização para se comprar medicamentos. Garantimos que os pagamentos fossem feitos e, com a colaboração do Hospital Rui Azeredo, conseguimos abrir 20 leitos rápidos. Além disso, fizemos as ambulâncias que estavam paradas no SAMU voltarem a rodar”, afirmou.

De acordo com Mabel, outro ponto relevante para a intervenção foi a criação de salas de crise. “Com as salas de crise, que estão em todas as nossas unidades de saúde, monitoramos pacientes três vezes por dia. Com isso, não temos nenhum paciente que precisa de UTI dormir em UPA, passamos a ter medicamentos. Então tivemos uma série de lições que vamos trabalhar em conjunto com o Estado para que isso não volte a acontecer em Goiânia”.

“Estamos preparados para assumir a Saúde a partir do primeiro dia que não terá intervenção. Iremos abastecer os estoques e preparar compras emergencias. Temos resolvido os problemas da saúde. Antes tinhamos 150 pedidos de enfermaria por dia, hoje temos 50. De UTI, tinhamos 25, e esse número caiu para 5. Então ninguém que precisa de UTI dorme fora da UTI. Essas normalizações que temos feito ocorreram por conta de equipes trabalhando integradas”.

O prefeito eleito também afirmou que uma preocupação é a dengue, cujo uma nova epidemia pode estar próxima. De acordo com Mabel, a doença pode voltar a causar superlotação nas unidades de saúde. “Estamos vendo um aumento. Temos em Goiânia hoje um criadouro de dengue por conta do lixo jogado em terrenos baldios e tudo mais. Estamos preocupados com isso e estamos tomando providências”.

A Saúde em Goiânia já vem sendo alvo de críticas da imprensa há meses. Poucas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) rodando na capital, anestesistas em greve devido às condições de trabalho e atrasos nos repasses para as principais maternidades de Goiânia são algumas das polêmicas envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.

Segundo o secretário Estadual de Saúde, Rasível Santos, a crise foi causada por “falta de credibilidade”. “Quando começamos a ter esses problemas acabamos inflacionando o mercado e o leito acaba ficando mais caro. Às vezes, o hospital acaba tendo mais dificuldade para gerar leitos e, outro problema que agrava, é a falta de medicamentos na atenção primária. Isso faz com que a doença agrave e aumente o tempo de permanência de pacientes nas UTI’s”, explicou.

“Vamos sanar esses problemas de credibilidade com a ajuda do Governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado tem a credibilidade de nunca atrasar pagamentos e não fazer nenhum compromisso que o governo não possa cumprir. Traremos essa credibilidade para a Saúde de Goiânia junto ao próximo prefeito”, continuou.

Em nota enviada ao Jornal Opção, a SES-GO afirmou que a responsabilidade “pela gestão dos leitos municipais e conveniados” é do município e que a falta de leitos não é do Estado, que tenta suprir como pode a carência da capital e, por isso, acaba se sobrecarregando. “A falta de leitos em Goiânia resulta na sobrecarga da regulação estadual, quando as solicitações extrapolam a capacidade municipal”, afirmam.

De 2018 para cá, a SES-GO cumpriu com sua função de aumentar o número de leitos disponíveis em UTI, diferentemente da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). “A rede estadual de saúde disponibilizava, em 2018, 212 leitos de UTI Adulto e, em 2024, são 575, com a ampliação de 171% por parte do Estado”, explicam.

Porém, dados apresentados por Rasível mostram a redução no número de leitos de UTI em Goiânia nos últimos anos. Em 2022, havia 186 leitos financiados pelo estado e município; em 2024, o número caiu para 118.

Rasível alertou sobre as consequências desse cenário: “A superlotação nos hospitais faz com que os pacientes fiquem internados e levem mais tempo, criando um ciclo vicioso de agravamento das condições de saúde”. Ele também ressaltou a necessidade de melhorar a gestão dos leitos existentes, reduzindo o tempo de permanência e ampliando o giro dos pacientes.

A crise na saúde de Goiânia não se limita à oferta de UTIs. Greves de anestesistas, falta de insumos e condições precárias de trabalho são apenas alguns dos sintomas de um sistema à beira do colapso. Sandro Mabel terá a missão de resgatar a confiança dos prestadores de serviços, renegociar dívidas e implementar melhorias que atendam à crescente demanda por serviços de saúde na capital.

Rasível dos Santos também destacou a necessidade de ações preventivas, como o fortalecimento da atenção primária para evitar agravamentos de casos que poderiam ser tratados antes de chegar às UTIs. “Estamos diante de uma demanda maior do que a capacidade do sistema, o que exige medidas estruturantes”, concluiu.

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