Mergulhadores retomam buscas no Rio Tocantins e encontram mais dois corpos onde ponte desabou


Onze pessoas continuam desaparecidas, entre elas, uma criança de 3 anos. A operação para localizar as outras vítimas envolve mais de 90 pessoas e conta com uma aeronave da Marinha, embarcações e motos aquáticas. Ponte entre Maranhão e Tocantins desabou no domingo (22)
Reprodução/TV Globo
Depois de três dias, mergulhadores retomaram nesta quarta (25) as buscas no Rio Tocantins, onde uma ponte desabou, e encontraram mais dois corpos.
Mergulhadores encontraram os corpos nesta quarta à tarde, poucos minutos depois de cair na água. As buscas deste tipo estavam suspensas desde domingo (22), dia do desabamento, quando as equipes de resgate confirmaram que caminhões que caíram no Rio Tocantis estavam carregados com produtos químicos.
Os corpos foram identificados como: Anizio Padilha dos Santos, de 53 anos, e Silvana dos Santos Rocha, de 56. O casal estava dentro da cabine de um caminhão que transportava portas de MDF.
Nesta quarta pela manhã, o corpo do piauiense Kecio Francisco dos Santos Lopes, de 42 anos, foi enterrado em Demerval Lobão, no Piauí.
Onze pessoas continuam desaparecidas, entre elas, uma criança de 3 anos.
A operação para localizar as outras vítimas envolve mais de 90 pessoas e conta com uma aeronave da Marinha, embarcações e motos aquáticas.
A profundidade do rio dificulta as buscas. Nesta terça (24), a Marinha identificou a possível localização de um dos caminhões.
Análises de uma sonda indicaram que o veículo está a uma profundidade de quase 39 metros.
Análises de uma sonda indicaram que o veículo está a uma profundidade de quase 39 metros
Reprodução/TV Globo
“Amanhã (26) vai chegar dois robôs da Polícia Federal, pra gente fazer um mapeamento melhor do fundo do rio para que a gente possa saber exatamente onde a gente vai mergulhar. Nós começamos as atividades hoje mesmo sem esse equipamento, porque queremos muito dar uma resposta à sociedade”, disse o coronel Magnun Coelho, comandante operacional do Corpo de Bombeiros.
Dez veículos caíram da ponte no dia do acidente, incluindo três caminhões que transportavam 25 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) informou que os primeiros laudos mostram que, por enquanto, não há riscos à saúde relacionados à qualidade da água.
Nesta quinta (26), o comitê de crise que analisa os impactos ambientais no Rio Tocantins vai se reunir.
A queda da ponte mudou completamente a rotina dos moradores da cidade de Estreito, no Maranhão e de Aguiarnópolis, no Tocantins. Ela era a principal ligação entre os dois municípios.
Quem mora numa cidade e trabalha na outra margem precisa recorrer ao transporte alternativo.
Renato Alves é barqueiro e viu de perto o acidente. “Coisa de filme. A gente estava logo perto, a uns 1000 metros de distância. Estava com minha família, minha esposa, meu cunhado”, conta.
A esteticista Ana Célia Chaves sai todos os dias de Araguaína, no Tocantins, para atender clientes que ficam na cidade de Estreito, no Maranhão. “Agora mudou tudo. Eu tenho apenas 30% aqui, eu vou me deslocar para Estreito. Porque é mais fácil pra mim me deslocar do que todas elas virem. Mudou completamente a rotina, mudou a nossa vida inteira”.
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