Araras de espécies diferentes formam casal incomum no Mato Grosso do Sul

Duas araras de espécies diferentes quebram o protocolo ao formarem um casal que, para muitos, parece inusitado. Isso porque, entre as aves psitaciformes, é comum que elas escolham parceiros da mesma espécie. O fato ocorreu no Buraco das Araras, no Mato Grosso do Sul, onde uma arara-vermelha-grande (Ara chloropterus) e uma arara-canindé (Ara ararauna) se uniram.

Este raro encontro foi registrado pelo fotógrafo de conservação João Marcos Rosa, que utiliza suas lentes para capturar imagens de araras no Brasil e na América do Sul. Morador de Minas Gerais, ele conta que já havia ouvido falar do casal por meio de postagens nas redes sociais, o que despertou seu desejo de registrar esse momento único. “Há algum tempo, eu vinha acompanhando as postagens e a presença desse casal. Nunca havia visto essas duas espécies voando juntas, por isso estava curioso para capturar essa imagem”, contou.

A observação não apenas encanta, mas também desperta questionamentos sobre o comportamento dessas aves e os motivos por trás dessa inusitada parceria. O que pode ter levado uma arara-canindé a formar um par com uma arara-vermelha-grande? Poderia ser a escassez de parceiros reprodutivos da mesma espécie ou talvez apenas uma manifestação de curiosidade natural?

Especialistas apontam que casos como esses são raros entre os psitacídeos. Um exemplo ocorreu na década de 1990, quando uma ararinha-azul e uma maracanã-verdadeira cruzaram, fato já relatado pelo Terra da Gente. Mas o que pode acontecer se as araras realmente se reproduzirem?

O ornitólogo Fernando Igor de Godoy explicou ao G1 que, “quando espécies como os psitacídeos formam casais duradouros, é provável que seus descendentes gerem híbridos inférteis. No caso da arara-canindé com a arara-vermelha-grande, já são conhecidos híbridos, principalmente em cativeiro, com uma plumagem predominantemente laranja.”

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