Bolsonaro deve bancar Ronaldo Caiado ou Tarcísio de Freitas para presidente

Do leito do hospital, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, do PL, não para de articular, tendo em vista a disputa eleitoral de 2026, que ocorrerá daqui a um ano e cinco meses. Um pulinho, como se diz lá em Glicério, cidade de São Paulo.

Há a ladainha de sempre: Bolsonaro diz que será candidato a presidente. Entretanto, para os mais íntimos, admite que não será candidato. A barreira da Justiça é intransponível. Para conter o Supremo Tribunal Federal, ao contrário do que pensava Eduardo Bolsonaro, não basta um cabo e um soldado.

Aos que admite que não tem como ser candidato, Bolsonaro sugere que, no momento, tem dois nomes da direita na disputa: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil.

Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro: articulando juntos para unir as direitas | Foto: Reprodução

Bolsonaro estaria chegando à conclusão de que, sem Tarcísio de Freitas, a direita pode perder o controle do governo de São Paulo, um Estado cujo PIB é maior do que o da Argentina e do Chile. Trata-se de um Estado-país.

Tarcísio de Freitas quer continuar no comando do Estado-país, até 2030. Neste ano, se reeleito em 2026, deixaria o governo e seria candidato a presidente. É o que ele quer. E é o que Gilberto “José de Paris” Kassab quer.

Bolsonaro tem demonstrado ciúme a respeito do relacionamento político de Tarcísio de Freitas e Gilberto Kassab (PSD). O governador de São Paulo estaria ouvindo mais o secretário do que o ex-presidente, o político que “fez” Tarcísio de Freitas.

Ainda assim, se não for candidato — certamente não será —, Bolsonaro cogita apoiar Tarcísio de Freitas.

Entretanto, se Tarcísio de Freitas, ancorado nas pesquisas, acabar optando pela disputa da reeleição, o que fará Bolsonaro?

Numa visita ao Paraná, Bolsonaro enquadrou o governador Ratinho Júnior e disse que ele será candidato a senador. Por sinal, nem é o principal candidato do ex-presidente. É o segundo.

A “fraqueza” de Ratinho é tanta que o presidente do PSD (Gilberto Kassab), seu partido, pode apoiar outro candidato a presidente — Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo, não entusiasma nem coelho. Por ser lento — na terra do queijo, é o rei da modorra — e não ter presença nacional. Conta-se, em tom de brincadeira, que, quando ouve o gestor mineiro, Bolsonaro dorme.

Já o governador Ronaldo Caiado entusiasma Bolsonaro. Por três motivos. Primeiro, pela coerência — sempre foi de direita, sem recuos. Segundo, pela lealdade. Terceiro, pela presença ativa na política nacional há vários anos (em 1989, há 36 anos, foi candidato a presidente da República).

Bolsonaro sempre frisa que Ronaldo Caiado é um político posicionado e tem discurso afiado e preciso. É o único que, como governador, resolveu o problema da segurança pública. Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior e Romeu Zema patinam na questão da violência. O gestor goiano enquadrou o crime organizado.  

Um bolsonarista fala brincando e, ao mesmo tempo, sério: “Só dois políticos estão com ‘cheiro’ de candidatos de Bolsonaro — Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado”.

O fato de ter saído do Brasil pode ter afastado, em caráter definitivo, Eduardo Bolsonaro da disputa presidencial. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro definiu seu projeto político: será candidata a senadora no Distrito Federal. (E.F.B.)

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