Maria Rita destacou mudanças de comportamento e no mercado de consumo
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Acervo pessoal
“Tal fato impacta efetivamente no mercado de consumo e na economia, visto que fomenta novos nichos de mercado, induzindo as empresas a adaptarem a distribuição dos seus produtos em porções menores de alimento, mobiliário compacto, assinaturas focalizadas e serviços sob demandas”, disse.O vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), Claudeci Pereira Neto, destacou que esse movimento de pessoas morando sozinhas é fruto da maior independência econômica e social, a priorização de carreiras, outras prioridades profissionais e mesmo prioridades de lazer, como viagem, resultado das transformações sociais.Maior investimento em qualificação e saúdeMulheres solteiras tendem a investir mais em qualificação profissional e saúde, segundo especialistas. O aumento de solteiras morando sozinhas impacta a economia local e o mercado de consumo, diz Marcelo Loyola Fraga, diretor-geral da Faculdade Capixaba de Negócios (Facan).“O investimento em educação e qualificação profissional também está no radar dessas mulheres. Isso não só movimenta o setor educacional, mas também impacta empresas que oferecem tecnologias para aprendizado on-line e serviços relacionados ao desenvolvimento pessoal”, ressaltou.Segundo o vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), Claudeci Pereira Neto, o mercado de saúde e bem-estar é visado por esse público.“Tendem a ter mais recursos em certa etapa da vida, não só os solteiros mais jovens, mas os que já têm uma profissão, de se preocupar mais com o bem-estar”.Neto destaca ainda que estão mais propensas a procurar academias e produtos ligados à saúde. “São pessoas também mais preocupadas em ter uma saúde mental, então é melhor procurar serviços psicológicos com suporte emocional”.SAIBA MAIS“Economia da solidão” – É um termo que se refere a um conjunto de produtos e serviços destinados a pessoas que vivem sozinhas. Para especialistas, a chamada “economia da solidão” vai crescer ainda mais nos próximos anos.Pesquisa> Considerando o total de pessoas entrevistadas na pesquisa realizada pelo Instituto Gallup e pela Meta, os 24% correspondem a um em cada quatro entrevistados – quase um quarto – se revelando solitários. A pesquisa foi realizada em 142 países, o que representa cerca de 1 bilhão de pessoas, e divulgada no ano passado.> O número pode ser ainda maior porque a China não foi pesquisada. > O percentual de solidão é o mesmo para homens e mulheres. > No Brasil, 15% dos entrevistados afirmaram ser sozinhosMudanças mundo afora> Empresas de diversas áreas, em todo o mundo, também criam produtos ou serviços para os solitários, conforme listado abaixo.> No Reino Unido, o serviço Open Table, de reservas de mesas em restaurantes, registrou aumento de 160% nos pedidos para mesas individuais na última década.> Chefs de cozinha, como o inglês Jamie Oliver, fizeram fama e fortuna com livros e programas de TV com receitas a serem preparadas rapidamente em casa.> A Uber incluiu a opção, em diferentes países, inclusive no Brasil, de viajar em silêncio, com o motorista alertado para não puxar conversa, o que está na categoria Comfort.> Para quem se sente sozinho, aparelhos para a casa, como Alexa e Siri, são capazes de manter conversas superficiais, responder perguntas e dar “bom dia”.> No Japão, o serviço “rent a girlfriend” (alugue uma namorada) se tornou popular. Por US$ 40 a hora (cerca de R$ 228), o contratante tem a companhia, que não envolve relação sexual.> Sites como o cuddlist disponibilizam sessões de abraços por 60 minutos. O preço é de US$ 60 (cerca de R$ 342).> A pandemia da covid-19 aumentou em mais de 300% a procura pelo Lovot, um robô que faz o papel de bicho de estimação, mantém a temperatura próxima à do ser humano e pede abraços. Plataformas como a VRChat projetam ambientes de realidade virtual com imersão do usuário e avatares customizados.> Segundo o Financial Times, videogames, serviços de streaming, realidade virtual e algumas versões de metaverso são candidatos mais óbvios nos padrões de consumo de quem mora e faz diferentes atividades sozinhas. Mas há a preocupação em entender como esse consumidor se comporta para comprar imóvel, comida e viagens.Fonte: Instituto Gallup, Meta e Folhapress