Os consumidores de energia enfrentaram um aumento de até 13,4% em suas tarifas em 2023 devido aos furtos na rede elétrica, conhecidos como “gatos”. Essa informação foi revelada em um relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), divulgado na última quinta-feira, 18.
Os clientes da Amazonas Energia foram os mais impactados, com 13,4% da conta de luz sendo atribuída a furtos e fraudes na rede elétrica. Em seguida, os consumidores da Light, no Rio de Janeiro, e os clientes da Equatorial, no Amapá, também enfrentaram aumentos significativos.
Veja a lista por Estado:
- Amazonas Energia – 13,4%
- Light – 10,5%
- CEA Equatorial – 8,2%
- Roraima Energia – 6,3%
- Equatorial PA – 5,9%
- Equatorial AL – 4,6%
- Enel RJ – 4,4%
- Neoenergia PE – 4%
- Energisa RO – 3,8%
- Equatorial PI – 3,5%
- Energisa AC – 3,4%
- EDP ES – 2,7%
- Equatorial MA – 2,5%
- Enel Ceará – 2,3%
- Neoenergia Brasília – 2,3%
- Enel SP – 2,2%
- Neoenergia Coelba – 2,1%
- CEEE Equatorial – 1,9%
- Energisa PB – 1,7%
- EDP SP – 1,7%
- Energisa MT – 1,5%
- Celesc – 1,5%
- CPFL Paulista – 1,4%
- Cemig – 1,4%
- CPFL Piratininga – 1,3%
- Energisa SE – 1,2%
- Energisa MS – 1,2%
- RGE – 1,2%
- Equatorial Goiás – 1,1%
- Copel – 1%
Estados com menores custos por furtos de energia
Por outro lado, os consumidores das seguintes distribuidoras tiveram um impacto mínimo, com custos abaixo de 1% nas tarifas:
- Energisa Tocantins
- Neoenergia Elektro
- CPFL Santa Cruz
- Neoenergia Cosern
- Energisa Minas Gerais
- Energisa Sul/Sudeste
Em 2023, o custo total dos furtos de energia foi de R$ 9,9 bilhões. Desse valor, a Aneel reconheceu o repasse de R$ 6,9 bilhões aos consumidores nos processos tarifários das distribuidoras.
A Aneel classifica os furtos de energia como “perdas não técnicas”, que são evitáveis e não estão relacionadas ao sistema elétrico, mas sim a furtos, fraudes e problemas de medição na rede das distribuidoras.
Revisão tarifária
Os custos dos furtos são parcialmente repassados às tarifas dos consumidores regularizados. A Aneel revisa as tarifas das distribuidoras, considerando as perdas técnicas e não técnicas e repassando os custos na conta de luz conforme critérios de eficiência definidos para cada empresa.
Se uma distribuidora não geriu bem os negócios, o repasse será menor, e a empresa terá que arcar com a diferença entre o valor reconhecido pela Aneel e o valor real das perdas. Caso a distribuidora tenha seguido os critérios definidos, o repasse será maior para os consumidores, recompensando a distribuidora por melhorias e responsabilizando-a por ineficiências.
As concessões da Amazonas Energia e da Light enfrentam altos níveis de furtos, ligados à realidade socioeconômica dos estados do Amazonas e Rio de Janeiro. As duas distribuidoras foram responsáveis por 32,8% do total de furtos e fraudes na medição de energia registrados no Brasil em 2023.
Mudanças na Amazonas Energia
Considerada uma concessão com desafios econômicos, a Amazonas Energia já teve sua incapacidade financeira reconhecida pela Aneel, que chegou a recomendar a extinção do contrato em novembro de 2023.
Em junho, o governo publicou uma medida provisória permitindo a troca de controle da Amazonas Energia, atualmente administrada pelo Consórcio Oliveira Energia. A Âmbar Energia, do grupo J&F, formalizou em 12 de junho sua intenção de comprar a distribuidora.
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