Estadão lança portal sobre animais de estimação; mercado movimentou 75 bilhões em 2024

Para muitos seres humanos, os demais animais são tão “invisíveis” que podem ser destruídos para sua expansão física e geográfica. Os jornais costumam anunciar, escandalizados: uma onça foi vista no bairro tal. O felino teria “invadido” a faixa urbana. Mas fica a pergunta que não pode ser feita pelo animal: quem “invadiu” o terreno primeiro, expulsando onças, tamanduás, raposas para lugares ainda mais afastados?

O fato é que onças, raposas, tamanduás, antas etc. não têm mais espaço para viver em sossego. Não há mais alimentos e refúgios inexpugnáveis suficientes. Então, arriscam-se a buscar alimentos em quaisquer lugares, como as cidades. Observe-se que, naquelas com muitas árvores, há cada vez mais pássaros. O que buscam? Alimentos e, sim, árvores onde possam se proteger e construir ninhos.

Os seres humanos ocupam a Terra de maneira devastadora. Como têm discurso, uma fala articulada, se tornaram donos do planeta, que deveria ter o nome mudado de Terra para “Humanoera”.

Num de seus livros, “Cachorros de Palha”, o filósofo britânico John Gray precisou o momento em que o ser humano se tornou “proprietário” da Terra e, por isso, avalia que pode fazer o que quiser, inclusive, e talvez sobretudo, com os demais animais. O humano desconsidera que, ele próprio, é um animal. É como se fosse Deus, ou seu substituto, digamos.

Mamadu-Bola 7 e João Fidelis: labrador de 11 anos fez acupuntura com o veterinário Gustavo, tomou canabidiol e deixou a injeção Librela de lado — e melhorou | Foto: Euler de França Belém/Jornal Opção

Os animais estão por aí, das casas às matas. No Brasil existam cerca de 164,6 milhões de animais de estimação. O dado é de 2024, e trata-se de uma estimativa. Porque o número pode ser mais elevado. Não há registros precisos dos animais do país.

A indústria que produz para animais — como cachorros, gatos, pássaros etc. — faturou 75,4 bilhões de reais no Brasil em 2024. De acordo com o Instituto Pet Brasil e a Abinpet, trata-se de um aumento de 9,6 em relação a 2023. “Uma fatia de 0,36% do PIB.”

“Desse total, só a venda de alimentos industrializados para animais de estimação encerrou o ano (2024) com 40,8 bilhões”, relata o “Estadão”.

Cada vez mais as pessoas estão dando cuidados especiais aos seus cachorros e gatos. Em Goiânia, o setor médico-veterinário está em expansão. Há neurologistas, ortopedistas, oftalmologistas, acupunturistas, entre outros. Os exames estão cada vez mais sofisticados e precisos. Receita-se canabidiol para combater as dores dos animais.

João Fidelis, o labrador, e Serafim-Dito, o gato: companheiros de farra, sempre juntos e misturados pelo quintal e dentro de casa | Foto: Euler de França Belém/Jornal Opção

O labrador João Fidelis, de 11 anos e cinco meses, tomou canabidiol, durante alguns meses, e parou de se levantar com dificuldade. O medicamento funcionou tão bem — talvez melhor — quanto a injeção de Librela.

Dado existir um mercado, em franca expansão, o jornal “O Estado de S. Paulo” lançou, no dia 6 de julho, o “Pet Estadão”. Trata-se um “portal para quem é tutor, profissional do setor ou quer entender melhor o universo dos animais de estimação”.

O “Pet Estadão” contém “reportagens, dicas práticas para o dia a dia dos tutores, conteúdos sobre saúde, nutrição e comportamento, além de análises e tendências de mercado”.

O diretor de Marketing e Inteligência de Mercado do “Estadão”, Rodrigo Flores, afirma que jornalismo que fala de animais é “relevante para milhões de brasileiros”.

Algumas das reportagens de maior audiência no jornalismo digital têm a ver com animais, tanto de estimação — “os fofos”, como se diz nas redes — e os “selvagens”. Repórteres e editores sabem que cobras — notadamente sucuris gigantescas — rendem acesso imediato. Cachorros e gatos “inteligentes” e brincalhões geram tanto empatia quanto audiência.

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