Wislla Brenda presenciou o pai correr risco de vida ao ser diagnosticado com dengue hemorrágica, mas ter recuperação milagrosa através da doação de sangue. Família reunida após descobrir sobre a gravidez de Wislla
Reprodução/Arquivo Pessoal
Wislla Brenda, de 25 anos, é testemunha de como o ato de doar sangue pode salvar vidas. Natural de Campina Grande, a securitária viveu momentos de angústia e desespero quando descobriu que o pai foi diagnosticado com dengue hemorrágica e precisaria de doação.
A história serve como inspiração para este sábado (14), quando é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue.
A jovem conta que o pai dela, o artista plástico Washington Jorge, sempre foi uma pessoa ativa e saudável. Em uma sexta-feira de 2024, quando a dengue foi descoberta, as primeiras indicações foram repousar e ingerir muito líquido, mas a cada dia, Washington ficava mais fraco, até o ponto em que precisou ser internado por causa de uma queda extrema no número de plaquetas.
“Ficamos revezando eu e minha mãe no hospital para cuidar dele, ele mal ficava acordado e a gente chorava muito sem saber o que fazer. Nesse momento, a gente não tinha domínio e só conseguíamos rezar para que ele melhorasse”, conta.
Doação de sangue
A fase de maior preocupação da família veio quando as plaquetas de Washington caíram para 8 mil, quando o normal é o número de teve o número de 150 mil. Foi então que a doação de sangue entrou em cena.
“A parte mais chocante é que pra uma única bolsa de plaquetas são necessárias de cinco a oito bolsas de sangue. E ele precisaria de oito. Então foram no mínimo quarenta doadores que o salvaram”, disse Wislla.
A jovem conta que, na época, o Hemocentro de Campina Grande havia recebido uma grande doação de sangue do clube de futebol Treze uma semana antes, o que possibilitou que seu pai recebesse as bolsas de que precisava em questão de poucas horas e não corresse mais risco de vida.
Washington Jorge, pai de Wislla, vestindo camisa do Treze após recuperação
Izabel Rodrigues/ge
“A doação de sangue pra mim hoje é um dos atos de amor mais importantes que consigo enxergar. Você doa pelo pai, pelo filho, irmão ou amigo de uma pessoa que não conhece. É como Jesus ensinou, amar o outro como a ti mesmo”, explica Wislla.
Ela, que se tornou doadora de sangue logo após a situação vivida com o pai, conta que a doação recebida possibilitou a realização de um dos maiores sonhos da vida de Washington, que era se tornar avô. Hoje, vários integrantes da família são doadores.
“Me lembro de chorar inclusive com medo de perder ele sem que tivesse sido avô, como tanto queria. E hoje estou grávida, ele está participando desse momento comigo. Vivo, feliz e realizando um grande desejo de vida, ser vovô. […] Temos uma gratidão enorme por essa campanha [de doação de sangue]”, afirmou Wislla.
O que é preciso para doar sangue
De acordo com o Hemocentro da Paraíba, os dados atuais registram um número abaixo de 100 doações por dia, quando o ideal gira em torno de 150 doações diárias. O local precisa de todos os tipos sanguíneos, em especial os tipos AB+ e O-.
Para se tornar doador de sangue é preciso atender aos seguintes requisitos:
Ter entre 16 e 69 anos;
Quem tem 16 e 17 anos deve estar acompanhado do pai ou da mãe;
A primeira doação deve ser realizada até 59 anos;
Pesar acima de 50 quilos;
Estar saudável;
Estar alimentado;
Portar um documento oficial e original com foto;
Pessoas que realizaram procedimentos como micropigmentação ou tatuagem devem aguardar doze meses para doar. Já aqueles que tiverem realizado um exame de endoscopia devem aguardar seis meses.
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