
Na tarde desta sexta-feira (13), horário de Brasília, centenas de mísseis lançados pelo Irã atingiram Tel Aviv, causando danos a edifícios e automóveis, além de ferir civis. Ao menos 30 pessoas ficaram feridas em Israel, segundo a mídia israelense. Segundo autoridades israelenses, o ataque foi uma retaliação por ataques israelenses a instalações nucleares iranianas na madrugada anterior. O grupo de defesa do Irã afirmou que o ato “reafirma a capacidade do país de responder a agressões”.
Pelo menos sete locais em Tel Aviv e arredores foram atingidos pelo ataque com mísseis iranianos, de acordo com uma autoridade militar israelense, com extensão dos danos desconhecida. Explosões também foram ouvidas sobre Jerusalém, enquanto mísseis passavam por cima, parte da campanha de retaliação do Irã após ondas de ataques israelenses que devastaram a cadeia de comando militar de Teerã e atingiram instalações nucleares críticas.
Segundo a IRNA (agência estatal iraniana), por volta das 15h30, a “resposta decisiva ao ataque brutal do regime sionista começou com o disparo de centenas de mísseis balísticos contra os territórios ocupados”. Os iranianos também falam em caças aéreos israelenses derrubados. Uma terceira onda de ataques feita pelo Irã está em andamento nesta tarde (horário de Brasília).
A Guarda Revolucionária afirmou que o alvo do ataque foram bases militares israelenses. Eles divulgaram que realizaram uma “resposta precisa e esmagadora contra dezenas de alvos, centros militares e bases aéreas” em Israel. Mas os militares israelenses dizem ter interceptado a maioria, embora haja incêndios em prédios governamentais.
Reação de Israel: “Cruzamos uma linha vermelha”
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, condenou o ataque em declaração pública, afirmando que o Irã “cruzou uma linha vermelha ao mirar em áreas civis”. Ele destacou que o país está preparado para retaliar e reforçou o apoio às medidas de defesa antimísseis, como o sistema “Cúpula de Ferro”, que interceptou parte dos projéteis lançados.
“Essa ação demonstra o desprezo do Irã pela segurança internacional e pela vida civil. Responderei com força e determinação”, afirmou Gallant, num discurso que ecoa cínico em relação a Gaza, Síria e o Líbano. Protestos da população israelense contra o governo de Netanyahu revelam o medo da escalada genocida na região.
A estratégia de Israel também visa colocar o povo iraniano contra o regime, dizendo que não pretende atingir a população civil. “O regime islâmico, que oprime vocês há quase 50 anos, ameaça destruir nosso país, o Estado de Israel”, afirmou Netanyahu, acrescentando, em inglês e farsi: “Esta é a oportunidade de vocês se levantarem e fazerem com que suas vozes sejam ouvidas”.
Israel avalia que o Irã está com capacidade limitada de ataque diante da fragilização do Hamas e Hezbollah, além da queda de Bashar El-Assad na Síria.
Impacto local: danos e medo entre a população
Relatos de moradores indicam que explosões foram ouvidas em diferentes bairros de Tel Aviv. Um prédio residencial no centro da cidade foi atingido, danificando apartamentos e deixando ao menos 15 pessoas feridas, segundo o serviço médico local.
Autoridades israelenses elevaram o nível de alerta em áreas centrais e mobilizaram equipes de resgate, enquanto escolas e comércios permaneceram fechados por precaução.
As Forças Armadas dos EUA estão ajudando Israel a interceptar alguns dos mísseis balísticos que o Irã disparou em retaliação aos ataques israelenses, disse uma autoridade americana. Os EUA já começaram a mover mais meios militares para o Mediterrâneo Oriental para ajudar a defender as tropas americanas na região.
Contexto histórico: ciclo de retaliações entre Irã e Israel
O ataque ocorre em meio a uma escalada de tensões entre os dois países, que não mantêm relações diplomáticas. Nos últimos anos, Israel acusou o Irã de desenvolver armas nucleares e financiar grupos como o Hezbollah, enquanto Teerã qualifica Israel como “Estado terrorista”.
Rafael Grossi, chefe da agência de vigilância nuclear das Nações Unidas, disse ao Conselho de Segurança da ONU que o ataque israelense de sexta-feira à instalação nuclear iraniana perto de Natanz destruiu a usina de enriquecimento de urânio na superfície, causando contaminação química e radiológica. Também houve ataques em instalações nucleares em Fordo, a usina subterrânea mais protegida contra bombardeios, e Isfahan.
O reator nuclear israelense em Dimona, no sul do deserto de Negev é um dos alvos mais protegidos. Israel há muito tempo mantém ambiguidade sobre suas capacidades nucleares, mas acredita-se amplamente que possua armas nucleares. Um relatório de inteligência dos EUA, de dezembro de 1960, concluiu então que o projeto estava relacionado a armas nucleares. Israel não assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Em 2024, ataques atribuídos a Israel danificaram centrifugadoras no complexo nuclear de Natanz, um dos principais centros de enriquecimento de urânio iraniano. O Irã, por sua vez, já realizou lançamentos de mísseis contra alvos israelenses na Síria e no Golfo Pérsico.
Repercussão internacional: preocupação da comunidade global
A Organização das Nações Unidas (ONU) e governos europeus emitiram notas de preocupação, pedindo contenção de ambas as partes. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para o risco de “escalada regional” e apelou ao diálogo.
Os Estados Unidos reafirmaram apoio a Israel, enquanto a Rússia e a China chamaram para uma “desescalada imediata”. O Egito e a Jordânia, vizinhos de Israel, também manifestaram preocupação com a possibilidade de conflito aberto.
Risco de nova guerra no Oriente Médio
Analistas alertam que o ataque iraniano pode marcar um novo capítulo na guerra não declarada entre os dois países. A resposta israelense, prevista para os próximos dias, pode incluir ataques aéreos a bases iranianas ou a grupos aliados no Iraque e no Líbano.
Enquanto isso, a população de Tel Aviv segue em estado de alerta, temendo novos ataques e ansiosa por respostas de seu governo.
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