Em Goiás, somente em 2025, foram 852 casos confirmados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causados pelo Influenza, segundo os Indicadores de Saúde da secretaria estadual. Ao Jornal Opção, a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, disse que os números só perdem para os pandêmicos.
“Quando a gente pega nossos gráficos, avaliados há mais de 10 anos, vemos este como um dos piores períodos da série histórica. Só exclui a pandemia, que foi em 2020, 2021 e 2022. Realmente aumentou muito o número de casos, principalmente pelo vírus influenza”, disse Flúvia. Em todo o país, 75,4% dos óbitos pela condição foram causados pelo vírus, de acordo com o boletim Infogripe, da Fiocruz.
A gente está vendo tudo isso acontecer devido ao vírus de influenza por causa das baixas coberturas vacinais.
A meta do Ministério da Saúde é imunizar 90% do público-alvo da campanha até o fim deste ano. No entanto, Goiás alcançou 35,10% – Goiânia atingiu apenas 37,52% vacinando 305.086 pessoas – de cobertura vacinal contra a Influenza. Flúvia atribui os números baixos à falta de procura da própria população, mesmo com campanhas do Governo e prefeituras. Segundo Flúvia, há casos em todo o estado.
“As pessoas precisam se atentar para se vacinar. Essa é a principal medida: se vacinar o quanto antes. A vacina demora 15 dias para fazer efeito, então, mesmo se a gente usasse todas as nossas doses agora, só veríamos o impacto dessa vacinação daqui 15 dias”, explicou ela. Segundo a SMS, crianças, idosos e gestantes são grupos prioritários.
Para Flúvia, a população deixou de se vacinar contra Influenza por conta de fake news envolvendo as vacinas. “Infelizmente, as pessoas estão acreditando nessas fake news e não no que os profissionais das secretarias municipais e estaduais, ministérios e a Organização Mundial de Saúde têm falado”, afirmou.
“O resultado disso é isso que a gente está vendo. UTIs lotadas, unidades de saúde cheia, a nossa curva aumentando a cada semana, com o número de casos de uma doença que tem vacina que previne. […] Vai aumentando casos, aumenta também a internação. A gente está conseguindo atender, mas se continuar desse jeito pode chegar um momento que a gente não consiga”, disse.
Além da vacinação, Flúvia destaca medidas importantes que podem impedir o contágio: lavar bem as mãos, com água e sabão ou álcool gel; evitar entrar em contato com idosos, gestantes e crianças em caso de sintoma respiratório; usar máscara para evitar a transmissão; evitar levar grupos mais vulneráveis para locais com grandes aglomerações e pouca ventilação.
A capital tem 62 salas de vacina em funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, em todas as regiões da cidade. A vacinação está liberada para todas as pessoas a partir de seis meses de vida.
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