Entenda por que Israel atacou o Irã e o que se sabe até agora sobre o conflito

Na noite de quinta-feira, 12, Israel lançou um ataque aéreo contra o Irã, atingindo dezenas de alvos militares e nucleares. Explosões foram registradas em Teerã e outras cidades iranianas.

Segundo as Forças de Defesa de Israel, o objetivo foi impedir o avanço do programa nuclear do Irã, considerado uma ameaça existencial ao Estado israelense. Após o bombardeio, o governo iraniano respondeu com ameaças diretas a Israel e aos Estados Unidos.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que os países envolvidos “vão pagar caro”, prometendo um “destino amargo”. Israel justificou o ataque ao Irã como uma ação preventiva para conter uma ameaça nuclear iminente.

Segundo o governo israelense, o Irã acumulou material suficiente para produzir até nove bombas atômicas, com um terço do urânio enriquecido nos últimos três meses. A Embaixada de Israel no Brasil afirmou que o Irã é o “principal patrocinador do terrorismo global” e busca a aniquilação de Israel por meio de um “extenso programa clandestino de armas nucleares”.

Os principais alvos dos ataques israelenses foram instalações nucleares e bases militares iranianas. A usina de Natanz, epicentro do programa nuclear iraniano, foi duramente atingida. Também houve ataques ao aeroporto militar de Tabriz, no noroeste do país.

Além disso, o serviço secreto israelense Mossad teria utilizado drones para enfraquecer as defesas aéreas iranianas antes dos bombardeios. A TV estatal do Irã confirmou a morte de Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária, e Mohammad Bagheri, chefe das Forças Armadas.

Salami era uma das figuras mais influentes do setor militar iraniano e já havia defendido a destruição de Israel. Bagheri era o comandante do Estado-Maior e estava envolvido diretamente no programa de mísseis balísticos do país.

Dois cientistas nucleares — Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi — também morreram no ataque. O Irã lançou cerca de 100 drones contra Israel como retaliação, segundo fontes israelenses.

O governo iraniano também classificou o ataque como uma “declaração de guerra” e pediu uma resposta urgente do Conselho de Segurança da ONU. Ali Khamenei prometeu um “futuro doloroso” para Israel e os Estados Unidos.

Israel, por sua vez, reforçou a preparação para novos ataques, inclusive com mísseis e drones, e pediu que sua população fique próxima de abrigos. A rivalidade entre os países ganhou força após a Revolução Islâmica de 1979, quando o Irã rompeu relações com Israel e passou a financiar grupos como Hamas e Hezbollah.

Antes disso, o Irã chegou a reconhecer o Estado israelense. Desde então, a tensão tem aumentado, marcada por ataques mútuos, guerra cibernética, operações secretas e ameaças nucleares.

Irã representa uma ameaça nuclear?

Israel afirma que sim. O país alega que o Irã tem capacidade técnica e material para produzir armas nucleares em curto prazo, o que representaria um risco imediato à segurança regional.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também confirmou que o Irã está enriquecendo urânio em níveis elevados. Um dia antes do ataque israelense, a AIEA censurou oficialmente o Irã pela primeira vez em 20 anos por não cooperar com inspeções.

Israel conta com cerca de 340 caças modernos (F-35, F-16, F-15), 90 ogivas nucleares estimadas, defesa aérea avançada (Domo de Ferro, Seta, Viga de Ferro), é aliado direto dos Estados Unidos e tem um orçamento militar de US$ 19,4 bilhões, segundo dados de 2022.

O Irã tem o maior efetivo da região (610 mil militares ativos), um orçamento militar de US$ 44 bilhões (também de 2022), frota aérea com 273 caças (em sua maioria obsoletos), extensa artilharia e arsenal de mísseis e produção local de drones kamikazes, como o Shahed-136.

Os EUA afirmaram que não participaram diretamente da ofensiva israelense. O secretário de Estado reforçou que a prioridade é proteger as forças americanas na região. O ex-presidente Donald Trump declarou que o Irã deveria “fechar um acordo antes que seja tarde demais”, alertando para mais destruição.

O Itamaraty condenou firmemente o ataque de Israel ao Irã, classificando a ação como violação do direito internacional. Em nota, o governo brasileiro alertou para o risco de escalada do conflito e seus impactos na paz e na economia global.

A comunidade internacional reagiu com preocupação. China e Rússia condenaram os bombardeios israelenses. União Europeia, ONU, Otan, Reino Unido e Alemanha pediram contenção.

A França reconheceu o direito de defesa de Israel, mas pediu desescalada e a AIEA alertou sobre o risco de contaminação radioativa nas instalações nucleares atingidas.

Tudo indica que o conflito entre Irã e Isarael vai continuar. Este declarou que continuará a operação até eliminar a capacidade nuclear daquele. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, afirmou que o país trabalha em um plano de ataque em fases e que a campanha militar pode durar dias ou semanas.

Leia também:

  • ‘Vi pessoas morrerem ao meu redor’, diz único sobrevivente da queda do Boeing 787 na Índia
  • Em Israel, Secretário de Estado de Saúde de Goiás está em segurança, diz nota do BrC

O post Entenda por que Israel atacou o Irã e o que se sabe até agora sobre o conflito apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.