As férias escolares de julho já estão chegando e muitas famílias devem viajar pelo Estado para aproveitar o recesso do meio do ano. Nessa época, cidades do interior e a Capital devem colher os frutos do turismo, seja o natural, como as praias do Araguaia no norte do Estado, ou o cultural, como as visitações em museus e exposições de arte.
O turismo é uma das maiores atividades econômicas de várias cidades do interior de Goiás, como Pirenópolis, cidade de Goiás, Caldas Novas e Rio Quente. Além disso, Rio Verde, Anápolis, Goiânia e Aparecida ficaram entre as dez cidades que mais arrecadaram com a atividade, segundo o painel do Observatório do Turismo, da Agência Goiás Turismo.
Ainda segundo os dados, só em julho de 2024 foram arrecadados mais de R$ 30 milhões nas mais de 78 mil empresas cadastradas no sistema da autarquia. O total arrecadado para o Estado em 2024 ficou em R$ 343 milhões com o pagamento de Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Transmissão de Causa Mortis e Doações de quaisquer bens ou direitos (ITCD) e o Imposto do Título do Fundo de Proteção Social de Goiás (PROTEGE).
Além disso, o turismo da Capital em abril foi o que mês que mais cresceu de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar dessa gama, museus correspondem uma pequena parcela da atividade turística, correspondendo a uma arrecadação anual de R$ 784 segundo os dados do observatório, catalogado na “atividade de museus e de exploração de lugares e prédios históricos e atrações similares”.
Museus goianos
Apesar da baixa arrecadação, a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Bruna Arruda, conta que os museus possuem uma função social importante de contar a história do Estado e do povo goiano. “[Os museus] possuem um conhecimento muito importante para a gente, enquanto goianos, de entender um pouquinho mais sobre nós. Eu falo sempre que na cultura a gente fala sobre o pertencimento da nossa história”.
Como Bruna conta à equipe de redação, os dois principais museus do Estado servem para este objetivo, sendo o Museu Pedro Ludovico, a antiga casa do fundador de Goiânia, e o Museu Conde dos Arcos, a antiga sede do Governo do Estado e da então Capitania de Goiás, na cidade de Goiás.

Ambos os museus exploram temas similares, por um lado, o Museu Palácio Conde dos Arcos ensina a origem do Estado e do povo goiano advindo do fluxo migratório dos colonos para dentro do Brasil Central em busca de ouro e novas terras para o plantio e o pasto. Enquanto isso, o Museu Pedro Ludovico conta sobre a fundação da nova Capital, Goiânia, e o papel do então governador e interventor do Estado, Pedro Ludovico Teixeira.
Além da história, o Estado possui uma natureza rica e um protagonismo forte como região em que o Cerrado se encontra com outros biomas como a Floresta Decidual e Semidecidual. Institutos como o Memorial do Cerrado, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) em Goiânia, possui um acervos dos mais variados animais empalhados que habitam o Cerrado goiano, como o Lobo-guará, Tamanduá-bandeira, Araras-canindé. Além disso, conta com fotografias que ensinam a geografia, a história natural e o ecossistema da savana brasileira.

Enquanto isso, o Museu da Fauna, na sede do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCaN), também dispõe de uma coleção rica de animais empalhados. Mas por sua vez, a instalação serve como porta de entrada para visitação do parque estadual, com trilhas de caminhada e pedal ao ar livre para conhecer o Cerrado goiano.

Por outro lado, os museus e galerias culturais ensinam um pouco mais sobre a identidade do ser goiano. Centros como o Museu Casa de Cora Coralina, em Goiás, conta a história da poetisa e escritora mais conhecida do Estado. Antes de ser um museu, o local era a casa pessoal de Cora Coralina e foi pensado para transportar o visitante na vida e na rotina da escritora, com o mobiliário, utensílios e vestimentas da época.

Enquanto isso, o Museu das Cavalhadas, em Pirenópolis, procura explorar a origem da encenação de uma batalhas na época da Reconquista do mundo medieval, quando a península ibérica era dividida entre os reinos cristãos de Portugal, Castela e Aragão, e os reinos islâmicos de Córdoba e Al-Andalus. A experiência conta com uma coleção de figurinos típicos da peça cultural e cartazes e fotogragias dos atores que participaram da história e cultura local.

Similarmente, o Museu das Bandeiras coleciona um acervo rico da história goiana do Século XVIII e XIX com 573 peças da arte sacra, armamentos, utensílios e outros objetos confeccionados em estilos e técnicas da época. Ao contrário do museu Pedro Ludovico e Conde dos Arcos, o Museu das Bandeiras conta a história da ocupação do Centro-oeste e a participação das várias etnias que fizeram parte do processo migratório.

Em alguns casos, estes centros culturais também agregam outras atividades e oficinas de arte que vão além da exposição original. Para isso, vale consultar os portais oficias dos locais para conferir o cronograma das exposições.
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