Dia dos Namorados em Goiânia: roteiro para sua grande história de amor

Por Nárcia Kelly

Que Goiânia tem muitas opções para celebrar o Dia dos Namorados, nós já sabemos. Bares aconchegantes, restaurantes charmosos, cafeterias com cenários quase cinematográficos são convites certeiros para um encontro a dois. Mas e se, em vez de escolher um lugar fixo, a gente escolhesse viver o amor em movimento? Se, em vez de um jantar marcado, o plano fosse um percurso compartilhado? Dividir não só a mesa, mas o caminho.

Acredito que uma declaração de amor vai além de grandes gestos, viagens longínquas ou presentes caros. Às vezes, o mais bonito é descobrir juntos uma nova forma de apreciar a simplicidade. Amar é andar lado a lado. É se ajustar ao ritmo do outro, parar para observar um detalhe, reaprender a trilhar o caminho. Ao lado de quem se ama, desaceleramos. A rotina vira poesia. O percurso se torna encontro.

É por isso que, neste Dia dos Namorados, eu proponho algo diferente. Que tal olhar para a cidade — e para o seu amor — com mais calma? Percorrer o Roteiro Praças, que conecta o Lago das Rosas à Praça do Amor, é mais que uma sugestão turística nesta data. É um roteiro de cinema para a vida real. Uma chance de viver a cidade como cenário e como parceira. Um convite para transformar o trajeto em travessia afetiva.

Inspirada na Pont des Arts de Paris, cidade conhecida pelo romantismo, a Praça do Amor ganhou alma goianiense. Tem jardim, parquinho, espaço pet, arena cultural. É palco de encontros para famílias, amigos e namorados. Para o amor, em todas as suas formas. E talvez aqui resida sua verdadeira mágica: mostrar que não é preciso cruzar oceanos para encontrar uma forma de demonstrar sentimento. Goiânia tem seu próprio encanto. E quem anda com olhos atentos descobre que a nossa capital também pode ser, sim, a cidade do amor. E não precisa de Torre Eiffel para provar isso.

Acredito que os relacionamentos se constroem no “entre”. Entre o café da manhã e o beijo de boa noite. Entre uma faixa de pedestres e um beijo no sinal fechado. É no intervalo da rotina que o amor se revela na sua forma mais genuína. Percorremos a cidade todos os dias, quase sempre no modo automático. Passamos pelos mesmos lugares sem vê-los de fato. Como nos relacionamentos, é preciso reaprender a olhar com atenção o que já se conhece. Redescobrir o encanto nos detalhes. E Goiânia recompensa quem desacelera.

Quando olhada com olhos apaixonados, nossa cidade se transforma. Mostra o amor nas entrelinhas: no vento entre as árvores dos parques, no brilho antigo da arquitetura Art Déco, nos gestos gentis espalhados pelas ruas.

O Roteiro Praças começa no Parque Lago das Rosas, o mais antigo da cidade. Um começo perfeito para quem quer desacelerar e se reconectar. Seguimos da Alameda das Rosas até a escultura “Eu amo Goiânia”, na Praça do Sol, onde a cidade declara seu próprio afeto. Passamos pela Praça Tamandaré, atravessamos o Bosque dos Buritis e chegamos à Praça Cívica. Ali, entre coreto, museus e monumentos, a arquitetura resiste, como tudo que é bem cuidado. Como os amores que escolhem durar.

E então, como em todo bom roteiro romântico, o clímax: a Praça do Amor. No Setor Coimbra, o coração vermelho de aço espera os apaixonados. Casais podem pendurar ali seus cadeados com nomes gravados. Gesto simples, mas que diz: “nós existimos, estivemos aqui”. Cada cadeado é uma promessa contra efemeridade, uma tentativa de eternizar o instante.

Neste 12 de junho, minha proposta é essa: deixe o amor guiar o caminho. Redescubra Goiânia. Apaixone-se de novo. Pela cidade. Pelas pessoas. Pela ideia de amar. Porque, no fim das contas, a cidade não é só cenário. É parte das histórias. E pode, sim, ser roteiro para sua próxima grande história de amor.

Nárcia Kelly é advogada, ex-prefeita de Bela Vista de Goiás e atual presidente da GoiâniaTur

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