Nove dias após o início do incêndio no navio cargueiro com 3 mil carros (800 elétricos), o fogo persiste. A embarcação Morning Midas, operada pela empresa britânica Zodiac Marine, transportava os veículos da China para o México, quando, em 3 de junho, a tripulação notou fumaça saindo do nível onde os carros elétricos estavam estacionados. Eles tentaram combater o incêndio, mas tiveram de abandonar o navio em botes salva-vidas com auxílio da Guarda Costeira dos Estados Unidos.
Se supõe que o fogo tenha começado nas baterias de íons de lítio utilizadas pelos veículos elétricos. Esse tipo de chama é mais difícil de controlar, devido ao processo de “fuga térmica” (ou runaway térmico), uma reação em cadeia descontrolada em que o aumento da temperatura das baterias acelera um processo exotérmico que, por sua vez, produz mais calor. Resfriar apenas um veículo elétrico demanda em média 30 mil litros de água.
Seis dias após o início do incêndio, um rebocador chegou ao Morning Midas e começou a trabalhar no combate às chamas. O rebocador, chamado Gretchen Dunlap, inspecionou o local mas não conseguiu prender um cabo na embarcação abandonada dadas as condições climáticas – ventos de 45 a 50 nós e ondas de 1,8 metro.
Um porta-voz da Zodiac disse ao jornal britânico The Register que o rebocador transportava especialistas em salvamento e equipamentos especializados para manter o navio seguro. Outros dois navios com capacidade de combate a incêndios e reboque de longa distância estão a caminho do local e, até o momento, a equipe no local relata que a embarcação ainda está estanque e não há poluição visível além da fumaça.
A Seatrade Maritime, periódico britânico especializado em comércio marítimo, calculou o risco de poluição do naufrágio do Morning Midas. O cargueiro tem mais de 300 toneladas de gasóleo marítimo a bordo, com cerca de 1.500 toneladas de óleo combustível com teor de enxofre baixo.
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