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De Colatina para o mundo, com lama nos pneus e sonho no acelerador. É assim que Patrik Capila, piloto capixaba de 26 anos, vem deixando sua marca no motociclismo off-road.Liderando o Campeonato Mundial de Enduro, ele carrega o nome do Espírito Santo e do Brasil pelas trilhas mais desafiadoras do planeta — e está prestes a disputar a quarta etapa, no País de Gales, em 1º de agosto.Em entrevista ao Jornal A Tribuna, Patrik falou sobre sua trajetória no esporte, desde a infância até o cenário internacional. Também comentou os desafios da carreira, a rotina intensa de treinos, o peso da preparação mental e física, e deixou uma mensagem especial para os jovens que sonham em acelerar na mesma direção.A TRIBUNA – Como começou sua história com o motociclismo e, mais especificamente, com o Enduro?Patrik Capila – Comecei no motocross com 3 anos, influenciado pela minha família, que sempre foi apaixonada por motos. Corri até os 17 e ganhei tudo no Espírito Santo, mas ficou caro competir. Aí migrei pro Enduro, seguindo meu tio. No início foi difícil, por ser bem diferente do motocross, mas fui evoluindo. Em 2017, fiz um teste com a equipe Orange, não fechei de cara, mas segui me destacando. Depois de bons resultados, como em Aracruz e Barão de Cocais, fui conquistando meu espaço e crescendo na modalidade.Como é sair de uma cidade do interior e atingir o cenário internacional?É um sentimento de muita alegria. Nunca teve um brasileiro como campeão mundial na minha categoria. Estar liderando o campeonato é algo muito especial. Representar o Brasil e mostrar que temos potencial é uma realização pessoal e também nacional. Você tem um currículo impressionante. Qual desses títulos você considera o mais desafiador ou especial? Os mais marcantes foram dois. O primeiro título brasileiro de Enduro, em 2018, pela Yamaha, na categoria EJ. E o de 2023, quando conquistei o título na geral, sendo o piloto mais rápido do Brasil. Em que aspectos você mais evoluiu como piloto nos últimos anos?Evoluí em muitos pontos: velocidade, leitura de prova, experiência. Também sou um piloto que se machuca muito pouco, o que é importante para manter a constância na temporada.Faltando pouco tempo para a decisão do Mundial, como está sua preparação física e mental?A preparação mental está boa. Como estou liderando, a cabeça vai diferente para a prova. Fisicamente, sigo mantendo o ritmo, porque são provas longas — até sete horas de duração. O foco agora é manter a constância.Qual o maior desafio que você encontra nas etapas?O maior desafio é a adaptação aos diferentes países. Cada etapa tem terreno, clima, cultura e até língua diferentes. Já competi em Portugal, Espanha, Suécia… cada lugar é único. Por exemplo, na Suécia pegamos 2°C e muita lama. Agora vamos para Gales, que deve ser um pouco mais quente.Já parou para pensar no que significaria ser campeão mundial? Seria a realização de um sonho. Nunca imaginei sair de uma cidade pequena como Colatina e chegar tão longe. Ser campeão mundial vai ser uma comemoração para mim e para todo o Brasil.Você sente que representa o Espírito Santo e o Brasil quando está competindo lá fora?Com certeza. Cada vez que estou na moto, penso que estou representando o Brasil. Dou o meu melhor, porque sei que muita gente aqui torce e me acompanha. Isso me motiva ainda mais.Como enxerga o cenário do motociclismo off-road no Estado e no País? O que a inda falta para crescermos mais?Acho que falta mais apoio e investimento. Mas o Espírito Santo é um celeiro de talentos. Temos muitos jovens bons surgindo. É um dos estados com o campeonato mais forte do País. Precisamos incentivar ainda mais as categorias de base.Qual é sua rotina de treinos entre uma prova e outra?Eu treino de moto quatro vezes por semana, intercalando com beach tennis, academia e corrida. Faço beach tennis cerca de duas vezes por semana, academia três vezes e algum outro exercício de corrida mais ou menos duas vezes por semana.Quem é ele Patrik Capila tem 26 anos e começou a sua trajetória no motocross aos três anosEle lidera o campeonato mundial de Enduro, faltando quatro etapas para o final: País de Gales, França, Itália e Alemanha Disputará a etapa no Reino Unido no dia 1º de agosto Se for campeão mundial, será o primeiro brasileiro a alcançar o feito