
Servidores aceleravam pagamentos para empresas ligadas a execução de obras públicas em troca de propina de 2% sobre valor pago. Quantia total paga para empresas é de R$ 110 milhões. Entrada da sede da Novacap, no SIA, em Brasília
Google/Reprodução
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) faz, na manhã desta quinta-feira (12), uma operação para combater um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel dentro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
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Segundo a investigação, entre 2021 e 2022, servidores da Novacap aceleravam pagamentos para empresas ligadas a execução de obras públicas em troca de propina de 2% sobre valor pago. Quantia total paga para empresas é de R$ 110 milhões.
Ao todo, estão sendo cumpridos 30 mandados judiciais no Distrito Federal e no Piauí. Os alvos são servidores e pessoas físicas, empresas de construção, a Novacap e um supermercado (entenda o esquema abaixo).
Em 2022 e em 2024, o MPDFT fez uma operação e alertou sobre os crimes de corrupção e organização criminosa cometidos pelo principal alvo da operação desta quinta-feira, um servidor da Novacap. No entanto, ele permaneceu no cargo na companhia até 2025 e não houve nenhuma medida para evitar a sua permanência no esquema.
Além dos mandados, a Justiça determinou:
afastamento das funções públicas do alvo principal, um servidor da Novacap
bloqueio de imóveis e veículos em nome dos alvos
bloqueio de aproximadamente R$ 1 milhão nas contas de três investigados
bloqueio de uma aeronave
bloqueio de uma embarcação
Como funcionava o esquema?
Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o esquema utilizava contas bancárias de servidores e familiares para lavar dinheiro ilícito.
Dentro da Novacap, cada servidor desempenhava uma função para o esquema, desde agilizar o pagamento feito para as empresas até o repasse da propina.
Nas empresas de construção investigadas, havia o responsável pelo envio do dinheiro aos servidores que agilizaram o pagamento. O supermercado investigado recebeu quantias ilícitas também.
Além disso, a investigação aponta que mesmo concorrendo em licitações públicas, as empresas que deveriam ser concorrentes, na verdade, se mantinham alinhadas, sinalizando um esquema de cartel.
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