Ativista brasileiro preso por Israel é movido para solitária

O ativista brasileiro Thiago Ávila, que estava a bordo do navio Madleen, foi transferido para uma solitária em Israel após tentar levar suprimentos humanitários para os palestinos em Gaza. Thiago era acompanhado de outras 11 pessoas que faziam parte da organização Flotilha da Liberdade, incluindo a ativista ambientalista sueca Greta Thunberg. 

Ao contrário de Greta, que foi deportada imediatamente para que denunciasse as agressões, Ávila permanece em Israel por não ter assinado um documento que confirma ter cometido um crime por entrar no país ilegalmente. Além do brasileiro, a ativista e parlamentar francesa, Rima Hassan, também foi movida para uma solitária em um complexo diferente do colega. 

De acordo com a esposa de Ávila, Lara Souza, o marido é mantido em isolamento em uma cela escura e sem ventilação. Em nota nas redes sociais, a organização humanitária afirma que os ativistas são “torturados psicologicamente” pelo governo de Israel. A defesa do ativista sustenta que o brasileiro foi “sequestrado” e que o tratamento que recebe pode ser considerado um um crime de guerra.

Em nota, o Conselho Nacional de Direitos Humanos informa que o colegiado reconhece a interceptação e a captura dos ativistas como um crime e pede ao governo brasileiro a suspensão das relações diplomáticas e comerciais com Tel Aviv. “O CNDH entende que a interceptação de embarcação civil com finalidade exclusivamente humanitária, em águas internacionais, configura grave violação aos tratados internacionais ratificados pelo Estado de Israel, além de significar um crime de guerra em mais um episódio de impedimento à ajuda às vítimas de uma crise humanitária sem precedentes.”

Interceptação em águas internacionais

A embarcação Madeleine tinha 12 passageiros a bordo quando saiu do porto de Catania, na Itália, com destino ao litoral de Gaza para fazer a distribuição de suprimentos humanitários, como comida, água e remédios. Antes da interceptação, o governo israelense havia comunicado que tomaria “todas as medidas necessárias” para impedir que a embarcação humanitária chegasse ao destino final. 

Com isso, a Marinha de Israel interceptou o navio próximo ao litoral do Egito, mas ainda nas chamadas águas internacionais — locais que nenhum governo possui jurisdição sobre. Ávila e outros oito passageiros foram presos pelas forças de Israel e aguardam a deportação, enquanto isso, Thunberg e mais dois ativistas concordaram com a repatriação. De acordo com a organização, os ativistas aceitaram a deportação para que denunciassem os possíveis crimes que sofreram sob a custódia de Israel, além da morte de civis em Gaza. 

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