Alunos de Alexânia recebem o poeta Davi Moura em ação do 3º Prêmio Candanguinho de Poesia

Eliane Rocha

Na quinta-feira, 12, em dois horários, às 10h e às 13h30, Alexânia vai se transformar em palco da poesia. A cidade do entorno de Brasília será a primeira a receber as ações presenciais do 3º Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil. A estreia terá um bate papo entre alunos da Escola Municipal Parque Alvorada IV e o poeta Davi Moura, de 11 anos.

O prêmio é uma realização da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF e da Voar Arte para a Infância e Juventude. O evento conta com o apoio da prefeitura e da Secretaria de Educação de Alexânia.

Davi Moura é uma das revelações da poesia infantojuvenil brasileira. Nascido em Fortaleza, começou a escrever aos 7 e lançou seu primeiro livro aos 9 anos — “Meu Mundo de Poesias” (produzido artesanalmente, com materiais recicláveis e costurado à mão) — e acaba de lançar “Conexão” (Editora Imeph). O bardo mirim vem se destacando em eventos literários, incluindo sua recente participação na Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Em Alexânia, irá conversar com os alunos, compartilhar suas experiências com a escrita e recitar alguns de seus poemas.

A ação em Alexânia integra a fase de mobilização do prêmio, que está com inscrições abertas até 31 de agosto de 2025 e abre o ciclo de nove ações literárias presenciais programadas em escolas públicas do DF, sendo uma na RIDE-DF e as outras em cada macrorregião do DF.

O objetivo é estimular a leitura e a criação poética desde a infância, aproximando os estudantes da palavra viva por meio do encontro com escritores e, neste caso, com alguém da mesma faixa etária, e, consequentemente, incentivando a produção de poemas autorais por crianças e adolescentes.

Alunos de todos os 34 municípios (29 de Goiás e cinco de Minas) da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF) podem participar do prêmio.

A iniciativa garante acessibilidade, com uso de libras e audiodescrição nas ações e eventos.

O secretário Cláudio Abrantes destaca que o Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil chega à sua 3ª edição como celebração à criatividade das crianças e adolescentes. “Em um tempo em que os jovens estão cada vez mais conectados às redes sociais e, ao mesmo tempo, distantes dos livros, iniciativas como essa são fundamentais para reacender o encantamento pela leitura e fortalecer a relação com a palavra escrita.”

Davi Moura: poeta precoce vai dialogar com estudantes de Alexânia | Foto: Divulgação

Para Cláudio Abrantes, “mais do que um concurso literário, o Candanguinho é uma resposta sensível e necessária a um dos maiores desafios da nossa geração: reaproximar os jovens da leitura. Ao valorizar a poesia feita por crianças e adolescentes, damos espaço à imaginação, ao pensamento crítico e à expressão de mundos interiores que, muitas vezes, não encontram voz em outros lugares”.

Criado para valorizar a produção poética de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos do DF e RIDE-DF, o Prêmio Candanguinho é uma das principais iniciativas de estímulo à literatura infantojuvenil no país. A proposta é selecionar 90 poemas autorais para coletânea, divididos em três categorias: crianças (6 a 12 anos), adolescentes (13 a 17 anos) e estudantes com deficiência (6 a 17 anos). Os três vencedores de cada categoria receberão prêmios de R$ 15 mil, R$ 10 mil e R$ 5 mil, além de troféus, livros e publicação acessível em diferentes formatos (impresso, digital, braille e audiolivro).

A divulgação dos finalistas ocorrerá em 15 de outubro. A cerimônia de premiação será realizada no dia 7 de novembro, na Sala Martins Pena, do Teatro Nacional.

A coletânea terá mil exemplares impressos distribuídos gratuitamente para bibliotecas públicas, escolares e comunitárias do DF e da RIDE, incentivando o uso desses espaços como polos de cultura e formação cidadã.

Para Marcos Linhares, coordenador-geral do projeto, a presença de um jovem poeta como Davi Moura é um símbolo da potência transformadora da literatura desde a infância. Ele é um espelho para outras crianças que também têm histórias para contar.

“Levar a literatura até as escolas é uma das formas mais diretas e eficazes de estimular a leitura. Quando um poeta entra na sala de aula, a palavra volta a ter corpo, emoção e sentido. O Candanguinho não é só um prêmio, é uma ponte entre o livro e a vida”, postula Marcos Linhares.

O Candanguinho destaca-se como uma das raras iniciativas no Brasil totalmente voltadas à produção poética infantojuvenil, ganhando destaque não só nacionalmente, mas também no cenário internacional, ao lado de prêmios como o D.H. Lawrence Children’s Prize e os concursos da Young Poets Network, ambos no Reino Unido.

Eliane Rocha é jornalista.

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