Alisson não foi vazado nos dois jogos desta Data Fifa. Foto: Werther Santana/Estadão
“Obviamente as questões internas (atrapalharam). As externas, entristecem. Uma seleção do tamanho da brasileira passar por esse tipo de coisa… A gente não tem de se acomodar, mas faz tempo que é assim. Dentro de campo sempre fomos blindados, nesse ciclo não fomos blindados e isso refletiu em campo”, disparou o goleiro.E fez questão de listar o nome dos comandantes para explicar sua revolta. “Um interino, o Diniz dividindo com um clube… É um ótimo profissional, um dos melhores, mas teve de comandar os dois, fico sem palavras para isso. Depois o Dorival tentou e não deu certo, infelizmente, pois é um grande profissional. Chegou Ancelotti, que era o plano de sempre, por vontade da CBF e dele, como tem demonstrado isso nas entrevistas e internamente, mostrando enorme felicidade, trazendo essa blindagem e segurança pelo que é. O que ele fala tem peso diferente, e já preparou a equipe muito bem para essas duas partidas”, explicouO goleiro ainda elogiou o crescimento da equipe em somente dois jogos com Ancelotti, mas pediu pés no chão e humildade após a seleção carimbar o passaporte para a Copa do Mundo.Mais sobre seleção1Vini Jr. presenteia Ancelotti com vitória, Brasil bate o Paraguai e garante vaga na Copa do Mundo2Mauro Beting: Brasil cresce com Ancelotti, mas não faz mais que a obrigação ao ir para sua 23ª Copa3Marcel Rizzo: Real Madrid, Japão e africanos: o calendário da seleção de Ancelotti até a Copa“Tivemos muito mais controle hoje do que diante do Equador, um jogo mais complicado fora de casa e temos de entender que as equipes sul-americanas estão mais fortes. Hoje o Paraguai se defendeu muito bem, mas somamos mais um jogo sem tomar gol que é importante”, avaliou.Aproveitou para pedir que o grupo não perca a humildade e já pense em ganhar a Copa do Mundo, como Dorival chegou a cravar quando ainda era o treinador. “Se a gente chegar e falar em título da Copa é burrice, sabemos o quanto é difícil”, alertou. “A gente sabe que tem um caminho para isso e hoje tem uma mudança evidente e podemos avaliar friamente: ‘algo está começando a mudar’”, prosseguiu.“O desempenho é muito melhor individualmente e coletivamente. Estamos pegando confiança, nosso time tem muito jovem, em mescla com experientes, então eles precisam dessa confiança. E com ambiente conturbado, pressão por resultado e por jogar bem, não é fácil, tem sido muito difícil correr com carga dobrada. A gente fica feliz por trazer esse sentimento de que algo novo está surgindo. O Ancelotti tem todos os méritos, com uma comissão trabalhadora e de qualidade. E o pessoal que ficou depois desse processo difícil, eles nos ajudam demais. Foi ruim passar por isso, mas criamos casca. Esse momento difícil criou uma casca.”Para o futuro, a dica de Alisson é a manutenção da humildade. A seleção ainda encara o Chile, dia 4 de setembro, e a Bolívia, dia 9, fora de casa. “É manter os pés no chão, sem empolgação, continuar trabalhando. Porque a gente sabe que tem muito a trabalhar para chegar na Copa do Mundo. E classificados, vamos mais tranquilos.”