
O sequestro de parte dos doze voluntários humanitários por Israel permanece. Nesta terça-feira (10), quatro integrantes da Coalizão Flotilha da Liberdade (Freedom Flotilla Coalition – FFC), que levava ajuda humanitária para palestinos na Faixa de Gaza, foram deportados e outros oito seguem detidos, após se recusarem a aceitar os termos de expulsão do país.
A negativa dos ativistas acontece pela forma como foram detidos. Eles não aceitam reconhecer a deportação ao serem acusados de entrar ilegalmente no país, sendo que foram sequestrados em águas internacionais a bordo da embarcação Madleen e levados à força para Israel.
Entre os que permanecem detidos em Tel Aviv estão o brasileiro Thiago Ávila e a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan. Conforme declaração do ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, os oito integrantes da embarcação que negaram a deportação serão apresentados a um juiz, seguindo a legislação.
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Os presos têm recebido auxílio das embaixadas de seus respectivos países. Nas redes sociais, a FFC afirma que seus advogados têm acompanhado a situação. A entidade argumenta que o “sistema de justiça de Israel existe para dar suporte ao apartheid, à ocupação e à colonização e não para fazer justiça. O tribunal em último caso ordenará forçadamente suas expulsões”.
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Na noite de segunda-feira (9), em Brasília, a secretária-geral do Itamaraty, embaixadora Maria Laura da Rocha, recebeu a esposa de Thiago Ávila, Lara Souza. A secretária assegurou o acompanhamento do caso por funcionários da Embaixada brasileira para que Thiago “receba tratamento digno e tenha seus direitos observados” e também reafirmou o compromisso nacional com o Estado da Palestina, reconhecido pelo Brasil em 2010.
Deportação
A ativista sueca Greta Thunberg está entre os deportados. Ao chegar na França, em escala para a Suécia, ela foi enfática em dizer que foram “atacados e sequestrados em águas internacionais.” Ela também reforçou que a luta continua pelo povo palestino e pelos presos políticos mantidos pelos israelenses, incluindo cerca de 400 crianças.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel tem utilizado a imagem de Greta, que conta com quase 15 milhões de seguidores no Instagram, para atacar a iniciativa. Os israelenses têm publicado fotos dela a todo momento, com militares oferecendo alimentos assim que a detiveram, e também com a bandeira de Israel ao fundo de sua imagem, ou quando já estava no avião para ser deportada.
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O caso chama a atenção negativamente, pois um órgão de diplomacia, que deveria conduzir suas ações com respeito, não só corrobora o sequestro levado a cabo pela Marinha, como tem se referido ao barco com ajuda humanitária como “iate de selfies” (selfie yacht) ou das “celebridades”, e zomba da entrega de água e sanduíches aos presos ao dizer: “o show acabou”. Em uma das postagens insinuam que os ocupantes do barco consumiam os alimentos que seriam para ajuda humanitária, o que reflete o caráter perverso na comunicação diplomática.
Esta situação só demonstra como a extrema direita israelense, nos moldes de Donald Trump, trata de forma populista situações tão graves, pois o desrespeito com os ativistas é apenas um pequeno reflexo de como tratam os palestinos com falta de humanidade.
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