O tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou durante seu interrogatório ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, que Bolsonaro recebeu a minuta golpista e “enxugou o documento” para retirar a prisão de autoridades. Segundo Cid, no entanto, o ex-presidente manteve a detenção de Alexandre de Moraes no documento.
Cid respondeu a perguntas do próprio Moraes, que é relator do caso que julga a trama golpista no STF. O delator afirmou que o documento apresentado por FIlipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, previa originalmente a prisão “de vários ministros do STF” e autoridades do Legislativo, como o então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas que Bolsonaro editou o documento. As informações são da Agência Brasil.
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— De certa forma, ele (Jair Bolsonaro) enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor (Alexandre de Moraes) ficaria como preso, o resto… — disse Cid a Moraes, quem emendou que “ao resto foi concedido habeas corpus“. Nesse momento, o ex-presidente Bolsonaro, presente do plenário da Primeira Turma, riu da piada de Moraes.
Ao explicar o teor do documento, Cid confirmou que havia a previsão de se instalar uma comissão eleitoral que declararia nulas as eleições de 2022 e realizaria um novo pleito.
— O documento (a minuta golpista) consistia de basicamente duas partes, a primeira eram os considerandos, eram dez, onde ou doze páginas, bem robusto. Tratava das possíveis interferências e intervenções do STF e do TSE no governo Bolsonaro e nas próprias eleições e na segunda parte entrava numa parte mais jurídica, de estado de defesa, de sítio, prisão de autoridades e decretação de um conselho eleitoral para refazer as eleições ou algo parecido — disse Cid.
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