Depois que Sofia foi diagnosticada com câncer com apenas 1 ano e 6 meses, a mãe dela, Flávia Garcia, se mudou para Barretos (SP) para o tratamento da menina. “A gente foi para uma consulta e eu não voltei mais”, contou ela. Agora, a família é uma das oito que foram transferidas para o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (CORA), cujos atendimentos iniciaram nesta segunda-feira, 9.
“A gente recebeu o convite, que iria inaugurar o hospital, se a gente queria seguir com o tratamento aqui e foi a melhor coisa, porque a gente tá em casa. Só quem vive essa experiência sabe o tanto que é difícil ter ir pra fora, ter que deixar sua casa fechada”, disse Flávia. A menina fez quimioterapia e teve alta médica há dois anos, para ficar em acompanhamento – tendo que repetir exames a cada quatro meses para confirmar a remissão.
Sofia vai continuar o tratamento no CORA. Em um primeiro momento, as radioterapias não serão realizadas no hospital, já que a esta ala ainda não está funcionando. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, pelo menos 186 famílias goianas estão em tratamento no Hospital de Amor, em Barretos. Destas, 120 não devem vir para Goiás.
O governador Ronaldo Caiado acompanhou a abertura do hospital e disse estar emocionado com o retorno da família para casa. “Hoje é o dia mais importante da minha vida. Pode imaginar o que é isso para um médico. […] Eu vou falar e afirmar aqui, nenhum hospital privado no país dá essas mesmas condições de atendimento, de procedimento, como nós estamos dando às crianças do SUS. Sem medo. Fora esse eixo de São Paulo, só Goiás”, disse.
A estrutura conta com quartos adjuntos aos das crianças internadas, para que os pais possam se instalar e acompanhar os filhos nos procedimentos. “Esse hospital tem uma característica de humanização. [A criança] não tem noção da gravidade, mas começa a perceber o quanto ela está sendo isolada do mundo. E aqui não. Ela vai se sentir cada vez mais encaixada dentro de um ambiente que dar a ela a condição de se desenvolver como uma criança”, ressaltou o governador.
Os atendimentos começam, nesta primeira fase, com pouco mais de 80% das obras do hospital concluídas. Até serem finalizadas, o CORA consegue tratar 400 novos casos por ano, podendo realizar até 312 cirurgias e 700 consultas anualmente aos pacientes infanto-juvenis. O complexo passa a oferecer 48 leitos de internação e 12 de observação, totalizando 60 unidades. Neste momento, o CORA custará será de R$ 6.022.010,75 mensalmente, segundo a SES.
“Construir não é fácil, mas não é trabalho. É trabalho difícil você ter uma equipe de técnicos, enfermeiros, médicos, fisioterapeutas capazes de poder fazer com que o hospital funcione com qualidade de um padrão. Essa obra aqui, se ela não tiver a presença do corpo clínico do Hospital de Amor de Barretos e ter uma experiência de dezenas de anos estudando, tratando, recuperando e cada vez mais se firmando como centro do hospital de maior percentual de cura no país, como é que isso vai acontecer?”, disse Caiado.

Leia também:
- Hospital CORA traz robôs, realidade virtual e exoesqueletos para a rede pública de Goiás; confira os equipamentos
- Hospital oncológico de Goiânia contará com espaço financiado por artistas para familiares das crianças em tratamento
O post CORA inicia atendimentos em Goiás com oito crianças transferidas de Barretos apareceu primeiro em Jornal Opção.