Lula cobra ação global e amplia proteção dos oceanos na ONU

Durante a abertura da 3ª Conferência da ONU sobre os Oceanos (UNOC3), em Nice, França, o presidente Lula (PT) posicionou o Brasil como um dos protagonistas globais na defesa dos mares. Diante de líderes como Emmanuel Macron e António Guterres, Lula anunciou sete compromissos voluntários do Brasil, que incluem o aumento de áreas marinhas protegidas, combate à poluição por plásticos e ampliação da educação ambiental nas escolas públicas.

“Apresentamos sete compromissos voluntários, relacionados à proteção de áreas marinhas, ao planejamento espacial marítimo, à pesca sustentável, à ciência e à educação. Além de zerar o desmatamento até 2030, vamos ampliar de 26% para 30% a cobertura de nossas áreas marinhas protegidas, cumprindo a meta do Marco Global para a Biodiversidade”, declarou Lula nesta segunda-feira (9).

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Além do avanço na proteção territorial, o presidente afirmou que o Brasil vai implementar programas para preservar manguezais e recifes de corais e desenvolver uma estratégia nacional contra a poluição por plásticos nos oceanos. Lula também anunciou que o país está comprometido com a ratificação do Tratado do Alto Mar ainda em 2025, reforçando a defesa da biodiversidade em águas internacionais.

Crítica ao unilateralismo e alerta geopolítico

Lula não poupou críticas ao que chamou de “ameaça do unilateralismo” nas relações internacionais e alertou para os riscos de transformar o oceano em palco de disputas de poder. “Canais, golfos e estreitos devem nos aproximar e não ser motivo de discórdia (…) Evitar que os oceanos se tornem palco de disputas geopolíticas é tarefa urgente para a construção da paz”, afirmou.

O presidente comparou a situação atual dos oceanos ao desmonte da governança multilateral no comércio internacional, que, segundo ele, levou à paralisia da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Paira sobre o oceano a ameaça do unilateralismo. Não podemos permitir que ocorra com o mar o que aconteceu no comércio internacional, cujas regras foram erodidas a ponto de deixar a OMC inoperante.”

Oceano febril e educação como antídoto

Lula usou o discurso para alertar sobre os riscos da inação diante das mudanças climáticas e da degradação dos oceanos. Segundo ele, “três bilhões de pessoas dependem diretamente de recursos marinhos para sua sobrevivência. O oceano é o maior regulador climático do planeta, em função de toda a cadeia de vida que ele abriga.”

O presidente destacou que em apenas um ano a temperatura média dos mares subiu quase tanto quanto nas quatro décadas anteriores, e que o mundo produziu mais plástico nos últimos dez anos do que em todo o século passado. Segundo ele, os resíduos plásticos “representam 80% de toda a poluição marinha” e que “salvar esse bioma requer empenho renovado”.

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A resposta, segundo o presidente, passa também pela educação. “É preciso começar a investir no ensino fundamental na questão do clima”, disse. “Fica mais barato, muito mais fácil, a gente começar a apostar que a questão do planeta será cuidada quando a gente mudar o nosso currículo escolar e colocar a questão climática para que as crianças aprendam da creche até a universidade que elas precisam cuidar do ambiente em que eles vivem”, concluiu.

Convocação para a COP30 e dívida climática dos países ricos

Convidando todos para a COP30 em Belém, Lula finalizou com um apelo direto: “quem defende tanto a Amazônia precisa ir na Amazônia para ver a nossa COP30. Para as pessoas saberem que embaixo de cada copa de árvore que a gente quer preservar tem uma criança, tem um indígena, tem um pescador, tem um seringueiro, tem um extrativista, tem um ser humano”.

E cobrou ação dos países desenvolvidos: “Os países ricos precisam pagar a sua dívida com o contencioso de emissão de gases de efeito estufa.”

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com informações do Governo Federal

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