Protestos contra imigração em Los Angeles viram caos com tropas nas ruas

Uma onda de protestos contra a política migratória dos Estados Unidos tomou conta de Los Angeles desde a noite da última sexta-feira (6). A manifestação, que começou após a prisão de 44 imigrantes em uma operação federal, rapidamente se transformou em confronto entre agentes de imigração e manifestantes, levando o governo Trump a enviar dois mil soldados da Guarda Nacional à cidade, desafiando abertamente a liderança estadual.

Polícia usa força; líderes locais criticam operações

Segundo o G1, os protestos foram detonados por uma operação do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA que prendeu dezenas de pessoas, reforçando o padrão agressivo da gestão Trump, que já vinha promovendo uma média de 600 detenções por dia nos cem primeiros dias de governo.

A resposta da população foi imediata. Grupos de ativistas, sindicatos e cidadãos ocuparam o centro da cidade em uma série de atos que rapidamente escalaram. De acordo com a CNN Brasil, a polícia de Los Angeles utilizou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes, que resistiam às prisões e denunciavam a violência institucional.

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Vídeos nas redes sociais mostram policiais com roupas de choque imobilizando manifestantes e avançando contra a multidão. Os atos foram oficialmente declarados “reuniões ilegais”, e o LAPD autorizou o uso de munições menos letais. Os manifestantes exibiam cartazes com dizeres como “Parem as deportações” e “Direitos plenos para todos os imigrantes”.

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, classificou a operação como “caos total”, enquanto o governador da Califórnia, Gavin Newsom, acusou o governo federal de inflamar deliberadamente os ânimos. “Essa ação só vai aumentar as tensões”, declarou o governador democrata.

Trump impõe presença militar e desafia governador

Neste sábado (7), ignorando os apelos locais, o presidente Donald Trump ordenou o envio de dois mil soldados da Guarda Nacional para a cidade. A medida, anunciada como resposta à “ilegalidade que prosperou na Califórnia”, foi tomada sem o aval do governador, Gavin Newsom, que classificou a ação como “deliberadamente inflamatória” e alertou para o risco de intensificar ainda mais os conflitos.

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, também criticou a ação federal. Segundo ela, o envio de tropas sem coordenação com as autoridades locais compromete a segurança da cidade e mina a autonomia do estado.

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Já Trump usou as redes sociais para justificar a decisão: “Se Newsom e a prefeita não fizerem seu trabalho, o governo federal intervirá e resolverá o problema, motins e saqueadores, da maneira como deve ser resolvido”, escreveu. A Casa Branca reforçou que o objetivo é “restabelecer a ordem” e garantir a continuidade das operações de deportação.

A crise reacende o debate sobre o uso político da imigração por parte da Casa Branca e aprofunda o racha entre o governo federal e estados que resistem à política de tolerância zero. Para os manifestantes, o recado é claro: a luta pelos direitos dos imigrantes agora também é uma batalha contra o autoritarismo.

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com agências

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