Médico é denunciado por homicídio qualificado após morte de paciente que fez ‘harmonização de bumbum’


Caso aconteceu em janeiro deste ano. Investigação apontou que médico tinha ciência das intercorrências que o produto poderia causar e assumiu risco do resultado. Adriana Barros, de 46 anos, morreu após realizar procedimento estético em clínica no Recife
Reprodução/Redes sociais
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou à Justiça o médico Marcelo Alves Vasconcelos pela morte da comerciante Adriana Barros Lima Laurentino, de 46 anos, que morreu horas depois de se submeter a uma “harmonização de bumbum” com o profissional.
O caso aconteceu em janeiro desde ano e, de acordo com a família, o procedimento foi feito com polimetilmetacrilato, uma substância conhecida como PMMA, que não é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em fins estéticos.
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Marcelo Alves Vasconcelos foi denunciado por homicídio qualificado. Adriana Barros foi encontrada morta no banheiro de casa. Segundo familiares, Adriana se queixou de dores intensas logo depois de ser liberada pela clínica Bodyplastia, onde realizou a intervenção.
De acordo com as investigações realizadas pela Polícia Civil, a vítima morreu de embolia pulmonar. Entretanto, ela também sofreu choque séptico (infecção generalizada) causada por uma infecção urinária anterior, mas que foi agravada devido à realização do procedimento médico.
O inquérito da polícia também aponta que o médico tinha ciência das intercorrências que o produto poderia causar e isso indica que ele assumiu o risco do resultado que poderia ocorrer, “além de ser indiferente a ele, considerando a mercantilização generalizada estimulada pelo profissional”.
Além disso, segundo o inquérito, ele “não realizou um exame prévio detido na paciente” e só a viu no dia do procedimento, data em que ela o pagou R$ 21 mil para a realização da “harmonização de bumbum”.
Caso tivesse pedido exames simples, como de urina e de sangue, o médico poderia ter evitado a morte, principalmente ao diagnosticar a infecção urinária de que ela sofria.
“Demonstra-se que a finalidade aqui não é o bem-estar da paciente, mas sim o lucro exorbitante do investigado”, afirma o documento.
Outra irregularidade apontada pela polícia é que, na época do procedimento, ele não tinha inscrição no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), e exercia a atividade de forma ilegal no estado.
Além disso, a polícia também cita o histórico criminal do médico, já que ele é apontado como participante de um “grande esquema de fraude em ingresso nos cursos de Medicina nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, com a cobrança de até R$ 140 mil por vaga.
O Ministério Público não divulgou a qualificadora do crime de homicídio à qual o médico foi imputado.
O g1 entrou em contato com o médico para saber o posicionamento dele com relação à denúncia do MPPE, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Médico fala sobre PMMA, substância usada em ‘harmonização de bumbum’ de mulher que morreu após procedimento
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