
Parlamentar é suspeito de liderar uma organização criminosa que pode ter desviado pelo menos R$ 814,9 mil dos cofres públicos. Defesa não se manifestou. O vereador de Rio Claro Dalberto Christofoletti
Reprodução/Instagram
O vereador Dalberto Christofoletti (PSD) de Rio Claro (SP) teve o mandato suspenso pela Câmara Municipal, na sessão de segunda-feira (26). O parlamentar foi preso no dia 23 de maio, suspeito de liderar uma organização criminosa que pode ter desviado pelo menos R$ 814,9 mil dos cofres públicos do município.
O g1 entrou em contato com defesa dele, mas não teve retorno até a última atualização da reportagem.
O vereador foi preso durante a segunda fase da Operação Apropriação Cultural do Ministério Público de São Paulo (MPSP), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Promotoria de Justiça de São Pedro.
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Vereador de Rio Claro Dalberto Christofoletti é preso suspeito de esquema de desvio
Suspensão de mandato
Segundo a assessoria da Câmara, foi colocada em prática o Artigo 81 do seu Regimento Interno, já que o vereador Dalberto Christofoletti não se apresentou na sessão ordinária da tarde de segunda.
“A Mesa Diretora do Legislativo foi informada oficialmente da prisão pela Justiça. Com isso, o presidente José Pereira dos Santos suspendeu o mandato de Dalberto Christofoletti e determinou que seu suplente se apresente na próxima sessão ordinária, dia 2 de junho, para tomar posse”, informou em nota.
O suplente do vereador é Eric Tatu (PSD). O vereador Dalberto não receberá o salário de 17.387,32 durante a suspensão do mandato.
Câmara Municipal de Rio Claro
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Investigação sobre desvio de R$ 814,9 mil
Christofoletti foi secretário de Cultura do município entre 2021 e 2024, e assumiu o cargo no Legislativo neste ano.
Segundo o Gaeco, empresas foram criadas pelo vereador e um casal de empresários e eram contratadas sem licitação, recebendo valores da prefeitura sob a justificativa de fomentar a cultura municipal. As investigações, no entanto, teriam identificado que parte dos recursos retornou para a conta pessoal do parlamentar.
Ainda conforme as informações levantadas pelo Ministério Público, o vereador recorreu a laranjas para continuar comandando a Secretaria de Cultura mesmo após deixar o cargo para concorrer a uma vaga na Câmara.
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A investigação comprovou que a movimentação financeira do vereador é considerada incompatível com seus rendimentos declarados à Receita Federal.
Segundo nota do MP-SP, outras três pessoas pessoas vão ter que cumprir medidas cautelares como obrigação de comparecer mensalmente em juízo, proibição de se ausentar do município sem autorização e suspensão do exercício de função pública ou atividade econômica que possa ser utilizada para práticas criminosas.
A Justiça também deferiu a expedição de mandado de busca e apreensão para a residência do vereador, e quebra de sigilo telemático.
O prefeito de Rio Claro, Gustavo Perissinotto (PSD), será intimado para suspender imediatamente qualquer repasse financeiro às empresas ligadas aos denunciados e qualquer função pública exercida por eles.
Prefeitura exonera secretária de Cultura
Prefeitura de Rio Claro
Divulgação
Em nota, a Prefeitura informou que, assim que tomou conhecimento da operação do MP em fevereiro, “determinou a abertura de uma sindicância para rigorosa apuração de eventuais irregularidades no período investigado”.
Informou ainda que, no mesmo ato, “determinou a suspensão dos pagamentos de todos os fornecedores da Secretaria da Cultura que constam no edital investigado, especialmente dos fornecedores apontados pela operação”.
Afirmou ainda que, diante das informações divulgadas pelo Ministério Público nesta tarde, foi determinada a exoneração da atual secretária de Cultura, Marinalva Brito do Nascimento. A prefeitura não explicou a relação entre eles.
A administração disse ainda que não compactua com qualquer conduta irregular e colabora com as autoridades.
Operação em fevereiro
No dia 6 de fevereiro deste ano, a Secretaria de Cultura de Rio Claro (SP) foi alvo de uma operação deflagrada pelo Ministério Público por meio do Gaeco por um suposto esquema de desvio de recursos públicos.
Na data, as investigações revelaram indícios de possíveis crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa.
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