Do jornal O Povo
A alegria de ver o açude Orós sangrando há quase um mês ainda não se dissipou entre os visitantes que se reúnem para assistir a água descendo no vertedouro. O segundo maior açude do Ceará continua transbordando desde 26 de abril e, ontem, registrou lâmina d’água de 16 centímetros.
A lâmina d’água é a altura da superfície da água que está passando por cima do vertedouro da barragem. Quanto mais água e mais força de vazão, maior a lâmina. A beleza da sangria é considerada mais impactante quando a lâmina está mais alta, com a fartura da água chamando atenção.
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Amanhã, deve ocorrer o fechamento do “véu de noiva”, como é conhecida a válvula dispersora do reservatório.
Ela terá o funcionamento interrompido para a realização de intervenções de modernização da estrutura do reservatório. O fechamento deve durar cerca de 15 dias.
Mesmo com as intervenções, o sangradouro não deve ser afetado e os banhistas podem continuar utilizando o local para lazer. O abastecimento da região também não sofrerá impacto.
Orós: sangria após 14 anos sem chegar à capacidade máxima
Antes de sangrar em abril último, o Orós não chegava à capacidade máxima desde 2011. Nos últimos 20 anos, o açude registrou somente três episódios de sangria: 2008, 2009 e 2011. Com capacidade de 1,9 bilhões de metros cúbicos (m³), o reservatório é um dos mais importantes para o sistema hídrico do Ceará.
Ceará tem 32 açudes sangrando
Conforme a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 32 açudes cearenses estiveram sangrando ontem. Ao todo, em 2025 foram registrados 60 reservatórios chegando a 100% da capacidade.
O Estado tem armazenamento de 10,2 bilhões de m³ de água, o que corresponde a 55,17% do volume dos 157 açudes monitorados pela companhia.
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