O adiamento da criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abriu espaço para movimentações políticas nos bastidores do Congresso. A previsão é de que a instalação do colegiado avance apenas a partir da metade de junho. Enquanto isso, partidos da base do governo e da oposição disputam os principais postos da comissão, como a relatoria e a presidência, que devem ganhar visibilidade em um ano pré-eleitoral.
Entre os nomes cotados para a relatoria estão a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), próxima do Palácio do Planalto, e os deputados Coronel Crisóstomo (PL-RO) e Coronel Fernanda (PL-MT), ambos da oposição. A relatoria é vista como estratégica para conduzir os rumos da investigação. O PDT, que recentemente se declarou independente do governo, também busca protagonismo: o líder da bancada, deputado Mário Heringer (MG), é um dos que almejam o posto. As informações são da CNN Brasil.
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Para a presidência da comissão, a tendência é que o cargo fique com um senador do Centrão, como resultado de um acordo político costurado pela cúpula do Congresso. Apesar da resistência de parte da base governista à instalação da CPMI, setores do governo tentam influenciar a formação do colegiado para mitigar desgastes e ter maior controle sobre a narrativa.
O governo enfrenta impasses internos. Na Câmara, a bancada do PT resiste à comissão. O líder do partido, deputado Lindbergh Farias (RJ), argumenta que o Executivo já está tomando providências para reparar os danos. A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, afirmou que a CPMI pode “comprometer as investigações” e atrasar o ressarcimento às vítimas. Já no Senado, a legenda está dividida: parlamentares como Rogério Carvalho (PT-SE) e Fabiano Contarato (PT-ES) apoiam a comissão, com a expectativa de apurar fraudes ocorridas durante o governo Bolsonaro.
A leitura do requerimento de criação da CPMI está prevista para 17 de junho, após ter sido adiada pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP). Ele negou que tenha agido para beneficiar o governo, mas reconheceu que a instalação da comissão é inevitável. Com o recesso parlamentar em julho e os festejos juninos em junho, a expectativa é que a CPMI só comece efetivamente seus trabalhos no segundo semestre.
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