Atrasos e panes em aeroporto dos EUA expõem problemas no tráfego aéreo do país

Quem precisa pegar um voo comercial comum tem se deparado com problemas surpreendentes no tráfego aéreo dos Estados Unidos. Um ventilador para impedir o superaquecimento de computadores ultrapassados. Radares da década de 1960 que pararam de funcionar abruptamente. Controladores de voo sobrecarregados. Essa é a realidade do espaço aéreo mais movimentado dos Estados Unidos. É a região que atende a cidade de Nova York e abriga três aeroportos internacionais: JFK, LaGuardia e Newark.

É no aeroporto de Newark, no estado de Nova Jersey, que essa crise ficou evidente. Nas últimas semanas, os passageiros tiveram que se acostumar com atrasos e cancelamentos recorrentes. O aeroporto é um dos mais movimentados dos Estados Unidos. Em 2024, recebeu mais de 374 mil voos e movimentou 48 milhões de passageiros. As informações são do Jornal Nacional.

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No último mês, por quatro vezes, as telas dos controladores de voo do aeroporto apagaram. A rede de TV CBS teve acesso ao vídeo que mostra um dos apagões no início do mês: os controladores ficaram um minuto e meio sem contato com os aviões. Em um outro apagão, em horário de pico, a tensão foi tanta que três controladores entraram em licença médica por estresse pós-traumático.

Na torre de Newark, onde deveria haver 38 controladores, existem apenas 22, o que também tem provado muitos atrasos.

Uma americana tentou trocar o voo para outro aeroporto, mas desistiu porque era caro: “Eu me tremi toda quando vi os vídeos de pessoas esperando horas e horas para embarcar. Pensei: ‘Será que vai acontecer comigo?’”, conta.

Diante deste cenário, a administração federal de aviação decidiu reduzir o número de voos em Newark. Em todo o país, há um déficit de 3 mil controladores de tráfego aéreo. O especialista Michael McCormick afirmou que:

“Esses controladores são obrigados a se aposentar aos 55 anos e aí não conseguimos contratar novas pessoas porque a formação demora. Esse problema piorou com a pandemia porque durante um ano o treinamento ficou suspenso”.

O governo vai pagar um bônus de até US$ 10 mil para controladores recém-formados e também quer que o Congresso aprove a compra de equipamentos novos. A modernização de toda a rede nacional pode levar até quatro anos. Até lá, a palavra “delayed” – atrasado, em inglês – tende a ganhar cada vez mais espaço nos monitores.

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