Família fala de ‘sentimento de justiça’ após namorado virar réu pela morte de mulher espancada em chácara


Crime aconteceu em março de 2025, na zona rural de Caseara. Delvânia Campelo da Silva morreu após internação em hospital e namorado foi denunciado. Delvânia Campelo da Silva ficou dias internada em estado grave no Hospital Geral de Palmas
Reprodução/Redes Sociais Delvânia Campelo
A decisão da Justiça de aceitar a denúncia contra Gilman Rodrigues da Silva trouxe um sentimento de justiça para a família e amigos de Delvânia Campelo da Silva. Segundo a investigação policial, ela foi espancada em uma chácara e morreu após ficar mais de 20 dias internada.
“Não traz ela de volta, mas temos a sensação de que tudo está caminhando para o dever cumprido nosso, de correr atrás e buscar por justiça. Sentimento de que a justiça está caminhando para ser feita”, disse Kelly Cristina Gomes Campêlo, amiga e cunhada de Delvânia.
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A denúncia por feminicídio contra Gilman Rodrigues, feita pelo Ministério Público do Tocantins, foi aceita nesta quarta-feira (21) pela 1ª Escrivania Criminal de Araguacema. A defesa dele disse que entrou com um pedido de habeas corpus contra a prisão preventiva (veja posicionamento abaixo).
Kelly falou sobre o estado da família mais de um mês após a morte. “Tem dias que passamos meio calados, ficamos introspectivos, pesando em tudo que aconteceu e ansiosos por alguma nova notícia da Justiça. Pedimos a Deus que abençoe a cabeça dos nossos magistrados para que ele [Gilman] possa pagar por tudo que fez, que a justiça seja feita”.
Para a cunhada, sobrou apenas uma dor imensa e a saudade pela pessoa alegre, comunicativa e brincalhona que era Delvânia. “Esses dias uma pessoa que mora no mesmo setor até postou que ‘o setor está muito triste sem a loira’, como a Delvânia era chamada”.
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O crime aconteceu no dia 22 de março deste ano, em uma chácara localizada na zona rural de Caseara, na região oeste do Tocantins. De acordo com a polícia, no momento das agressões, Delvânia chegou a enviar um pedido de socorro em um grupo de aplicativo de mensagens.
Depois, Gilman teria enviado outra mensagem ‘desmentindo’ a namorada, tranquilizando os participantes e afirmando estar tudo bem.
Delvânia foi encontrada por um caseiro, que chamou a Polícia Militar. Ela chegou a ser atendida em um hospital da cidade, mas devido à gravidade dos ferimentos, foi transferida para o Hospital Geral de Palmas (HGP) no dia 23 de março. Ela morreu no dia 11 de abril.
Gilman virou réu pela morte de Delvânia
Reprodução/TV Anhanguera
Namorado virou réu
A denúncia feita pelo Ministério Público do Tocantins foi aceita nesta quarta-feira (21). A decisão foi assinada pelo juiz Marcelo Eliseu Rostirolla da 1ª Escrivania Criminal de Araguacema.
A defesa de Gilman Rodrigues, representada pelos advogados Mayklene Michelitt Pereira Nunes e Alex Freire de Souza, disse que sua prisão preventiva está sendo impugnada, por meio de habeas corpus, no Tribunal de Justiça do Tocantins.
Afirmou que Gilman pautou sua conduta por atitudes pacíficas e defensivas. Também disse que ele é uma pessoa de conduta ilibada, sem antecedentes criminais e com sólidas raízes comunitárias.
Afirmou também que ele tem colaborado com as autoridades desde o início das investigações e a inexistência de qualquer risco atual à ordem pública ou à instrução criminal, “sua prisão preventiva foi decretada com base em argumentos genéricos e sob o influxo de intensa comoção social”.
“A defesa entende que tal medida, de caráter excepcional, deve ser aplicada com observância estrita aos princípios constitucionais da presunção de inocência, da proporcionalidade e da necessidade, o que, lamentavelmente, não se verificou no presente caso”, diz a nota.
Por fim, afirmou confiar que o Poder Judiciário saberá reconhecer o “constrangimento ilegal imposto e restaurar o equilíbrio indispensável à justa aplicação do Direito”.
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Relembre o caso
O crime só foi registrado na Polícia Civil no dia 23 de março, na Central de Atendimento à Mulher 24h, em Palmas. Três dias após as agressões, no dia 25 de março, Gilman se apresentou na delegacia de Paraíso, acompanhado de um advogado. Durante depoimento, ele alegou legítima defesa.
“Ela veio para cima. Acredito que ela tenha bebido alguma coisa porque ela estava fora do normal. Quando ela pegou e começou a me atacar dessa forma, eu consegui pegar esse cabo desse vassourão e fui para cima para acalmar ela”, disse à polícia.
No dia 3 de abril, Gilman foi preso após a Polícia Civil cumprir um mandado de prisão preventiva. A ordem foi cumprida quando ele foi chamado à delegacia para prestar um novo depoimento. Após a prisão, ele foi levado à Unidade Penal de Paraíso do Tocantins, onde permanece preso.
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