O Governo de Goiás deve assinar em breve um contrato milionário com a administração do Hospital Albert Einstein e a organização norte-americana Institute Healthcare Improvement (IHI) para aprimorar a gestão hospitalar da saúde do Estado. A iniciativa foi desenhada entre a gestão do governador Ronaldo Caiado (UB) e a administração do hospital israelita há mais de sete meses e deve ser firmada em junho com encontro das diretorias com Caiado. O contrato de mentoria deve ser firmado entre as organizações para a integração da gestão dos 24 hospitais do estado com duração prevista de 18 meses. De acordo com o projeto, a iniciativa visa a maior integração das redes hospitalares do Estado, ao passo que pode diminuir a fila de espera por vagas e a superlotação, além de aumentar a rotatividade de pacientes.
Segundo afirmado pelo secretário de Saúde do Estado, ao Jornal Opção, o acordo é um trabalho esperado há mais de 7 meses com as duas organizações e também deve envolver a empresa de tecnologia clínica e hospitalar Epimed, ao qual já possui acordo com o Estado. Quando perguntado sobre o valor do contrato, é esperado pela pasta que venha no valor em torno de R$ 20 milhões por um período de 18 meses, o valor deve incluir o estudo técnico nas 24 unidades e a capacitação de 512 profissionais.
Maior eficiência nos gastos públicos
Antes da implantação do plano, o titular da Saúde afirmou que Caiado vai receber a diretora do IHI, Paulo Moreira, e o diretor executivo do Hospital Albert Einstein, Ederson Almeida, para visitar as unidades e assinar o tratado ainda no final de junho, apesar disso, uma data exata ainda não foi definida. O projeto deve contar com a instalação de uma equipe formada por representantes da pasta, dos 24 hospitais estaduais e das organizações que irão implementar o projeto.
Durante esse período inicial, as duas organizações devem sondar a saúde pública estadual a fim de diagnosticar os entraves das gestões e aprimorar a eficiência, os atendimentos, e os gastos públicos. Sobre isso, o titular informou que o Banco Mundial estima que todo ano é desperdiçado cerca de 30% dos recursos hospitalares. “É importante lembrar também que a gente tem aí um orçamento para os custeios dos nossos hospitais da ordem de R$ 3.5 bilhões por ano. Então, [essa parceria] é um investimento que a gente vai estar fazendo para trazer eficiência para esses R$ 3.5 bilhões de reais que a gente coloca nos hospitais.”
Junto com a melhora da utilização dos gastos, a Epimed deve assistir na instalação de um centro de comando para oferecer ao Estado informações em tempo real sobre as unidades de saúde, o que pode permitir uma intervenção precisa em entraves na gestão. “Com o Epimed, nós implantamos [um centro de comando] em todos os hospitais próprios e contratualizados, que a gente consegue verificar a eficiência dos leitos, qual o nível de recurso que eu tô usando para cada tipo de paciente, ou seja, paciente mais grave tá consumindo mais recurso, e a mortalidade tá dentro do esperado, ou não? E depois dá para comparar esses hospitais.”
Mais “leitos virtuais”
Além disso, Rasível comenta que espera uma melhora similar na logística dos leitos pela diminuição do tempo de permanência ao que chama de “leitos virtuais”. Segundo o secretário, uma maior rotatividade dos tratamentos e das vagas simularia um ambiente de implantação de mais leitos sem a criação dos espaços nas redes públicas.
“Vamos dizer que eu tenho um hospital com 10 leitos de terapia intensiva e o tempo médio de permanência do paciente é seis dias, isso quer dizer que eu giro cinco pacientes por leito, ou seja, eu sou capaz de dar 50 altas e 50 saídas nessa minha UTI isso se eu considerar uma taxa de ocupação de 100%, obviamente. Se eu conseguir reduzir [o tempo médio] para três dias, por exemplo, eu passo a atender o dobro de pacientes nos mesmos leitos. O que é equivalente a eu ter construído mais 10 leitos, só que eu não construí, eu não coloquei um tijolo, eu não contratei um médico, nem um enfermeiro, eu só trouxe deficiência para o sistema. … A gente quer transformar desperdício em capacidade hospitalar”, afirma.
Apesar dos avanços, a promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira apresentou representação ao Ministério Público (MPGO) para que uma das promotorias com atuação do patrimônio público acompanhassem os acordos pelos valores previstos do contrato. O Jornal Opção procurou ouvir o Ministério Público de Goiás (MPGO) sobre o posicionamento do órgão e aguarda retorno.
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