“Pressão externa não mudará rumo da guerra”, diz governo de Israel

O governo de Israel afirmou que a pressão externa não mudará o rumo da guerra na Faixa de Gaza. A declaração foi feita após o Reino Unido anunciar a suspensão de negociações de um acordo de livre comércio com Israel por conta do conflito e a imposição de novas sanções a colonos na Cisjordânia ocupada.

O governo do Reino Unido também convocou a embaixadora israelense, Tzipi Hotovely, para expressar sua oposição à expansão das atividades militares em Gaza. A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, afirmou, pouco depois, que o bloco revisará seu acordo de associação com Israel por causa da situação humanitária do enclave.

“Se, por uma obsessão anti-Israel e por considerações políticas internas, o governo britânico está disposto a prejudicar a economia britânica, isso é uma prerrogativa dele”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein.

“A pressão externa não desviará Israel de seu caminho na defesa de sua existência e segurança contra inimigos que buscam a sua destruição”, continuou.

O governo britânico havia afirmado que, embora seu governo “continue comprometido com o acordo comercial vigente, não é possível avançar nas discussões sobre um acordo atualizado com um governo (…) que está levando a cabo políticas flagrantes na Cisjordânia e em Gaza”.

O Ministério das Relações Exteriores da nação também mencionou sanções contra colonos israelenses por atos de violência na Cisjordânia. Segundo a pasta, as medidas “são consequência de um aumento dramático” dessas ocorrências, com a ONU registrando “mais de 1,8 mil ataques de colonos contra comunidades palestinas desde janeiro de 2024”.

A pressão internacional contra Israel acontece após a ameaça de piora da crise humanitária causada por um bloqueio de ajuda à Gaza. Um diplomata da Suécia afirmou que o país vai trabalhar dentro da União Europeia (UE) para pressionar por sanções contra alguns ministros israelenses devido ao tratamento dispensado aos civis palestinos em Gaza.

“Como não vemos uma melhora clara para os civis em Gaza, precisamos elevar o tom. Portanto, agora também vamos pressionar por sanções da UE contra ministros israelenses individualmente. As sanções deverão atingir ministros que promovem políticas de assentamentos ilegais e que se opõem a uma futura solução de dois Estados”, disse a ministra das Relações Exteriores do país, Maria Malmer Stenergard.

Na segunda-feira, 19, 22 países, incluindo a Austrália, Alemanha e nações europeias exigiram que Israel “permita a retomada total da ajuda a Gaza”. Além disso, líderes de Canadá, França e Reino Unido pediram o fim das “ações escandalosas” em Gaza.

“Israel sofreu um ataque terrível em 7 de outubro [de 2023]. Sempre apoiamos o direito de Israel de defender os israelenses contra o terrorismo, mas essa escalada é completamente desproporcional”, diz a nota assinada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

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