Vieira defende ida de Lula à Rússia no Dia da Vitória contra nazismo

Logo Agência Brasil

O chanceler brasileiro, ministro Mauro Vieira, defendeu, nesta terça-feira (20), no Senado, a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Moscou, na Rússia, para as comemorações do Dia da Vitória, no último 9 de maio, que marcou os 80 anos da derrota do nazismo na 2ª Guerra Mundial.

“A viagem à Rússia foi única e exclusivamente uma celebração. Não houve outra intenção e não houve uma participação em outro sentido. Foi uma celebração do fim da Segunda Guerra Mundial e do perigo do nazismo que assolou o mundo. E, 80 anos depois, era o momento de realmente ser festejado e ser comemorada”, destacou o chanceler.

Notícias relacionadas:

  • Defesas de acusados do núcleo 3 dizem que PGR não apresentou provas.
  • Comissões do Senado aprovam flexibilização do licenciamento ambiental.
  • Receita Federal leiloa mercadorias apreendidas ou abandonadas em SP.

O ministro das relações exteriores comentou ainda que o Brasil enviou cerca de 20 mil soldados para combater o fascismo e o nazismo na Europa junto aos aliados, inclusive com muitas baixas. Ainda segundo Vieira, a antiga União Soviética (URSS) foi fundamental para derrotar o nazismo na Europa.

“Foram vitimados 26 milhões de cidadãos da URSS, sendo que cerca de 20 milhões da então Rússia. Todos os historiadores sabem que, sem a presença russa, o desfecho da 2º Guerra Mundial não teria sido como foi e estaríamos vivendo uma circunstância bem diferente hoje”, completou.

>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp

Críticas

A visita de Lula foi criticada pela oposição e parte da mídia empresarial do Brasil que interpretou a visita como uma espécie de “apoio” ao presidente russo, Vladimir Putin, no contexto da guerra na Ucrânia.

Em resposta às críticas, Vieira destacou que Lula, desde o início, condenou a invasão da Ucrânia. Porém, ao mesmo tempo, sustentou que o governo defende o diálogo com todos os países – incluindo a Rússia – para uma solução pacífica e negociada para o conflito que completou três anos em fevereiro.

O ministro do MRE disse que o Brasil reiterou, na viagem a Moscou, a disposição de atuar, junto com a China, para uma solução negociada para o conflito na Ucrânia. Para ele, o encontro com Putin no Dia da Vitória está “totalmente de acordo com as posições da política externa brasileira de ter relações e de ter contatos com todos os países”.

O chanceler Mauro Vieira acrescentou ainda que a presença de Lula na Rússia em meio ao atual cenário geopolítico desafiador “é mais um exemplo da nossa diplomacia ativa e uma prova do compromisso do governo brasileiro com o multilateralismo e com a resolução pacífica dos conflitos. Essa foi a tônica do encontro bilateral mantido com o presidente russo, Vladimir Putin”.

Além de abordar sobre a guerra na Ucrânia, Lula aproveitou o encontro com Putin para tratar das questões bilaterais entre os dois países que possuem um comércio de US$ 12 bilhões, sobretudo, com importação de fertilizantes para agricultura brasileira.

“A visita à Rússia serviu igualmente ao fortalecimento da nossa parceria estratégica em diversas vertentes, entre as quais a comercial, a energética e a científica e tecnológica. Todos os países também têm que olhar e ver os seus interesses”, concluiu o ministro Mauro Viera.  

Ex-primeira-dama do Peru

O chanceler foi convidado para audiência na Comissão de Relações Exteriores no Senado para explicar o asilo político dado à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por corrupção no país andino.

Vieira justificou que o asilo foi concedido por motivo de saúde, porque o governo do Peru não se opôs e também porque o Brasil faz parte de acordos internacionais que disciplinam esse tipo de asilo.

“A senhora Heredia foi submetida a cirurgia grave recentemente relacionada à coluna cervical e está em recuperação. Ela também tem um filho menor de idade que ficaria desassistido, tendo em vista que seu marido está detido. A concessão do asilo diplomático obedece a um rito protocolar. Não cabe discussão do mérito dada a circunstância de urgência humanitária; é uma decisão puramente protocolar”, explicou Viera.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.