No podcast, Waldez defende volta do PDT ao Governo e anuncia novo programa hídrico para o Nordeste

Por Manoel Guimarães – especial para o Blog

Filiado ao PDT, mas indicado ao cargo pelo União Brasil, o ministro Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional) defende a manutenção da aliança com o petista e o apoio à sua reeleição no ano que vem. A declaração, em meio à crise dos dois partidos com o governo federal, foi dada em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins.

“O PDT é o único partido ao qual fui filiado, estou nele desde 1988. Se for chamado para alguma discussão, vou continuar defendendo o apoio ao presidente Lula, seja ao seu governo, seja futuramente na questão eleitoral. Não tenho essa mesma condição com o União Brasil por não ser filiado, mas tenho levado isso ao conhecimento dos líderes, e tenho ouvido deles que atuarão no mesmo sentido (apoiar o governo). Nesse momento não há posições sendo tomadas, mas sim argumentações sendo construídas, pois ainda há muito tempo (até as eleições)”, afirmou Góes.

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Recentemente, a bancada do PDT na Câmara Federal anunciou o rompimento com o governo Lula após a saída do ex-ministro Carlos Lupi, em função do escândalo do INSS. Já o União Brasil formará uma federação com o PP, com possibilidade de lançamento de uma candidatura. Para Waldez Góes, apesar do momento de divergências, os dois partidos têm votado majoritariamente nos projetos do Executivo no Congresso Nacional, o que abre portas para a permanência da aliança para 2026.

“Os partidos não têm faltado com o governo. Se pegar um balanço de 2023 e 2024, é muito alto o percentual das propostas do governo que foram aprovadas no Congresso, inclusive mais do que aconteceu costumeiramente em anos anteriores. O percentual de 2025 ainda teremos que avaliar. Mas conheço o momento da política, tem tempo para tudo. Como agora não é hora de ter que se tomar uma decisão, não podemos imaginar nem anunciar como cada partido estará. Os partidos de centro viverão um intenso debate ainda, e alguns só se definirão aos 45 minutos do segundo tempo, nas convenções”, completou o ministro.

Sobre os rumores de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), Góes avalia que poderia “pegar mal” caso o episódio vire um palanque político, ao invés de uma defesa aos interesses da sociedade. “CPIs sempre são um palanque político para fazer narrativas, discursos. Lógico que deveriam ter desdobramentos em prol dos interesses da sociedade, mas na grande maioria das vezes isso não acontece. Se a população perceber que o debate é para satisfazer apenas as opiniões políticas, isso pegará mal (para a oposição)”, disse Góes.

“A sociedade quer uma resposta, claro. Mas já tivemos outros momentos a nível nacional. O certo é que todas as questões precisam ser esclarecidas, os direitos reparados e os destinos da política pública do INSS corrigidos, seja com ou sem CPMI”, completou.

O ministro também anunciou que sua pasta vem preparando os estados nordestinos para utilizarem o Defesa Civil Alerta, ferramenta do Governo Federal para envio de alertas de emergência sobre fenômenos climáticos. O instrumento é uma forma de prevenir novas tragédias, como as que têm castigado a região nas últimas semanas.

“Esse sistema deve entrar em funcionamento já no próximo mês para todo o Nordeste. Temos um monitoramento dos eventos e a previsão do impacto que podem causar. Passamos a criar a cultura de lidar com o risco, e não de atuar só na resposta, depois que o problema acontece. Isso cria uma melhor preparação local. Não podemos evitar a chuva, mas podemos evitar os estragos que ela causa na vida das pessoas”, detalhou Góes, que ainda ressaltou os R$ 30 bilhões assegurados para obras de segurança hídrica no Nordeste, que contemplarão 72 empreendimentos para a região.

“O que buscamos hoje é uma gestão segura e sustentável da infraestrutura hídrica e do funcionamento, da distribuição de água. Vamos investir, até 2027, cerca de R$ 12 bilhões só em obras de infraestrutura, obras de recuperação de barragens e reservatórios, e para construção de adutoras e canais. A maioria dessas obras nem tem relação com a Transposição do São Francisco, que está concluída, mas elas garantem o abastecimento de outras áreas do Nordeste”, concluiu.

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