Debater sobre a participação de atletas de fora de Santa Catarina em competições organizadas pela Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte). Essa é a proposta de audiência pública que será promovida pela Comissão de Esportes e Lazer da Assembleia Legislativa, a pedido do deputado estadual Mauro De Nadal (MDB), na próxima quarta-feira (21), a partir das 8h30, no auditório Antonieta de Barros – dependências do Parlamento Catarinense.
Como explica o propositor da audiência, deputado Mauro De Nadal, o objetivo do encontro é ouvir a opinião de diferentes organizações esportivas catarinenses a respeito do atual modelo, que permite a participação de atletas não registrados em Santa Catarina em competições da Fesporte.
“Fui procurado por representantes de diversas modalidades, os quais nos pediram essa audiência pública. Nos apontaram que a vinda de atletas de outros locais compromete a valorização do atleta catarinense, desestimulando, inclusive, a formação de base”, destaca o deputado.
Segundo ele, é comum o caso de atletas que vêm de fora, competem por alguns dias, ganham os troféus e vão embora. Para ele, inclusive, isso pode prejudicar atletas que ganham bolsas municipais quando performam bem em competições como os Jasc, por exemplo.
“Sem esses incentivos, muitas promessas, que treinam diariamente para representar o estado, ficam pelo caminho. Por isso, convocamos essa audiência, para ouvir atletas catarinenses e representantes de entidades desportivas e, assim, chegarmos à conclusão se precisamos ou não rever a situação”, destaca De Nadal.
Participam da audiência pública o presidente da Fesporte, Jeferson Ramos Batista, e o presidente do Conselho de Esportes de Santa Catarina, Fernando dos Santos Hackradt, assim como secretários municipais de esporte, atletas e representantes de entidades esportivas catarinenses.
Como é hoje
Atualmente, competições como a Olimpíada Estudantil Catarinense (Olesc) e os Joguinhos Abertos e Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) permitem que municípios participem com atletas estrangeiros ou brasileiros de outros estados, mesmo que não estejam estabelecidos em solo catarinense.
Conforme o regulamento, podem participar até dois atletas de fora em modalidades como basquetebol, bolão 16, bolão 23, futebol, futsal, handebol, punhobol e voleibol de quadra.
Já em modalidades como atletismo, basquete 3×3, beach tennis, bocha, boxe, karatê, ciclismo, ginástica artística, ginástica rítmica, jiu jitsu, judô, natação, remo, surf, tênis, tênis de mesa, tiro armas curtas, tiro armas longas, tiro ao prato, taekwondo, triathlon e xadrez, é permitida a participação de até um atleta de fora de Santa Catarina.
Lei alterou a questão no vôlei de praia
Em abril deste ano, foi aprovado um projeto de lei do deputado Mauro (agora lei 19.295/25) que passou a restringir a participação de atletas vinculados a entidades de administração esportiva nacionais ou internacionais que não tenham sede em Santa Catarina em competições de vôlei de praia organizadas pela Fesporte.
A justificativa foi a necessidade de valorizar o atleta que aqui vive e compete em eventos organizados com recursos dos impostos dos catarinenses, assim como tornar o cenário mais equilibrado e com igualdade de oportunidades.